Ateou fogo na namorada

Sem condições de trazer réu para Feira, júri é adiado no Fórum Filinto Bastos

A defesa do réu declarou que como não houve condições de João Cléber estar presente no júri, ele entrará com um pedido de revogação da prisão preventiva do cliente.

Laiane Cruz 

Acusado de espancar, atirar e atear fogo contra o corpo da companheira em janeiro de 2013, João Cléber Santos Leal, conhecido como Binho de Gogó, iria a júri popular nesta terça-feira (10) no Fórum Filinto Bastos. No entanto, o réu, que está há cerca de três anos custodiado em São Paulo, para onde fugiu e foi preso em 2014, não pôde ser trazido para Feira de Santana por falta de condições financeiras da Secretaria de Segurança Pública (SSP), e o julgamento foi adiado pela segunda vez.

(Foto: reproduçãp/ Boca de Zero Nove | Crime chocou população)

O julgamento estava marcado para o dia 3 de outubro, foi adiado para esta terça-feira (10) e como a Secretaria não teve condições de trazer o réu da cidade de São Paulo para Feira, o júri foi adiado novamente, agora sem previsão para ser remarcado.

O advogado de Defesa de João Cléber, Guga Leal, informou que o júri fez toda a instrução para trazer o réu para Feira de Santana. De acordo com ele, a defesa chegou a abrir mão da presença do réu no momento do interrogatório, ele foi ouvido por carta precatória e o processo continuou.

“Chegou o momento do júri e a juíza me chamou para saber se queríamos fazer uma videoconferência no dia 3 e remarcou para hoje. Eu não aceitei de imediato e expliquei a situação que a família dele não iria aceitar ele ser ouvido lá, porque se ele viesse a ser condenado ele permaneceria lá e para a família ia ficar mais difícil, pois se já existe a dificuldade de trazê-lo para ser julgado, imagine para cumprir uma eventual pena”, afirmou o advogado.

Guga Leal declarou ainda que como não houve condições de João Cléber estar presente no júri, ele entrará com um pedido de revogação da prisão preventiva do cliente, para que ele possa voltar a Feira e aguardar o julgamento em liberdade. “A juíza Márcia Simões do Tribunal do Júri fez todos os esforços para que o João Leal estivesse presente nesta data, tanto é que é a segunda data que ela marca. E mesmo assim não conseguiram trazer”, disse, acrescentando que ele acredita que a juíza irá conceder a liberdade ao acusado.

O crime

Por não aceitar o fim do relacionamento, no dia 28 de janeiro de 2013, por volta das 14h30, João Cléber Santos Leal espancou a ex-namorada Iara Lima Alves, de 17 anos, dentro da residência onde estavam, na Rua Joanes, no bairro Queimadinha. Após bater na vítima, ele atirou contra ela, mas o tiro não a atingiu. Não satisfeito, o acusado a amarrou, jogou álcool no corpo da jovem e ateou fogo em seguida.

Iara Lima Alves foi socorrida em estado grave para o Hospital Geral Clériston Andrade e depois foi transferida para o Hospital Geral do Estado (HGE), em Salvador, onde não resistiu aos ferimentos e morreu no dia 14 de fevereiro.

O agressor fugiu para São Paulo, onde morou por mais de um ano e trabalhou como ajudante de pedreiro, até que no dia 26 de março de 2014 foi preso na porta de casa. Ao falar sobre a prisão, em entrevista a uma rede de televisão, Binho Gogó foi irônico: “Azar meu sair para buscar o cadeado e a chave”, disse.

Com informações do repórter Aldo Matos do Acorda Cidade.