Daniela Cardoso
Mais de 2.750 ocorrências de violência contra a mulher no contexto domiciliar, familiar e na relação afetiva foram registradas na Delegacia Especializada em Atendimento à Mulher em Feira de Santana este ano. De acordo com a titular da delegacia, Tatiana Brito, esse número não corresponde à quantidade de mulheres que sofrem violência, já que muitas delas não prestam queixa.
“Esse número é considerado elevado, porém sabemos que na prática há um índice muito maior, pois muitas mulheres ainda se sentem intimidadas em prestar uma queixa. Os motivos são vários. Por medo, por não ter outro local para ser acomodada, por não encontrar uma proteção dentro do contexto da família, entre outros”, afirmou.
A delegada destacou que existem vários tipos de violência contra a mulher e não apenas a violência física. De acordo com ela, uma das mais comuns é a ameaça.
“Eu não estou à frente da Delegacia de Homicídios, mas eu tenho certeza que os homicídios que ocorreram aconteceram em algum momento de ameaça. Então temos que dar extrema atenção a essas ameaças. A mulher não deve pagar pra ver. Se ela for ameaçada deve sim ir à delegacia e prestar uma queixa”, afirmou.
A delegada observou ainda a importância da realização de pesquisas com menores infratores para saber se há ou não histórico de violência doméstica, que segundo ela é muito abrangente.
“Aqui em Feira de Santana, por exemplo, não existe uma pesquisa específica. Qualquer pessoa pode sofrer uma violência de uma lesão corporal, de um furto, estelionato, mas quando esse crime não é no âmbito familiar a pessoa retorna para o seu lar e vai ser amparado, vai ser acolhido por um parente, por um companheiro e vai se sentir protegido”, explicou.
De acordo com Tatiana Brito, a mulher que é vítima da violência doméstica também não encontra esse local de proteção, pois não tem um lugar onde possa se refugiar.
As informações são do repórter Ed Santos do Acorda Cidade