Polícia

Projeto propõe nova gestão de Segurança Pública da Polícia Civil

De acordo com o presidente do Sindpoc, a Polícia Civil propôs ao governo do estado um novo projeto, o qual prevê estrutura, capacitação e valorização salarial para a categoria.

Laiane Cruz

A aprovação do projeto de Gestão de Segurança Pública da Polícia Civil é uma das principais reivindicações feitas pela categoria em uma série de paralisações realizadas. A última aconteceu no início deste mês e durou 48 horas. De acordo com o presidente do Sindicato dos Policiais Civis da Bahia (Sindpoc), Marcos Maurício, atualmente a Segurança Pública na Bahia conta com o projeto Pacto pela Vida, que segundo ele, é de grande magnitude, mas que se encontra subutilizado pelo governo.

“Nós tivemos o ano passado uma aplicação de recursos do Governo Estadual e Federal na ordem de mais de 400 milhões de reais, na área de comunicação e de logística, mas os resultados são ínfimos com relação a tanto investimento que é feito. Se você pegar o anuário da Segurança Pública hoje no Ministério da Justiça, você vai encontrar números pequenos na elucidação de homicídios”, afirmou o presidente do sindicato.

Diante da atual situação, Marcos Maurício afirma que a Polícia Civil propôs ao governo do estado um novo projeto, o qual prevê estrutura, capacitação e valorização salarial para a categoria. “A estrutura nós dividimos em duas partes: a primeira parte é atividade meio, que é executada por qualquer cargo que tenha habilidade para tal. A segunda parte é a atividade fim, onde todos executariam sua atividade. Outro ponto é o sistema de informação com integração operacional tático e estratégico. Hoje o Sigip (Delegacia Digital) da Polícia Civil não funciona”, declarou, acrescentando que o sistema custou 7 mil dólares aos cofres públicos.

Segundo o presidente do sindicato, na Bahia no ano passado 48 mil inquéritos ficaram sem elucidação, e que existe uma disparidade entre a quantidade de delegados disponíveis no estado e a distribuição dos casos.  “Nós temos cerca de 1.200 delegados e se você dividir isso por delegados, você tem aproximadamente 42 inquéritos por ano, com certeza o delegado poderá fazer o trabalho dele de forma mais tranquila. Mas o que vemos é que alguns delegados chegam a fazer 400 inquéritos por ano, e alguns têm ‘zero’ inquéritos”, afirmou.

“O que nós queremos é potencializar a investigação criminal porque todas as carreiras estão envolvidas nisso. Na questão capacitação, nós estamos trabalhando criar um curso para que todos participem. Para você fazer um inquérito bem feito você precisa ter profissionais qualificados”, finalizou o presidente do Sindpoc.