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Quatro dos seis criminosos envolvidos numa chacina, ocorrida em maio deste ano, em um terreiro de Candomblé, no bairro de Marechal Rondon, foram apresentados à imprensa, na tarde de sexta-feira (12), no auditório do Departamento de Homicídio e Proteção a Pessoa (DHPP), na Pituba, em Salvador. Uma equipe da Delegacia de Homicídios Múltiplos (DHM) prendeu Denilson dos Santos Ribeiro, o “DK”, Carlos Eduardo Sena, o “Índio”, Juliana Santana da Silva e Diego Santana da Silva, entre os dias 6 e 11 de setembro, durante operação conjunta com policiais militares.
Raimundo Nonato Baracho dos Santos, o “Russo”, também participante da chacina, foi capturado por policiais da 23ª Delegacia Territorial (DT/Lauro de Freitas), na quarta-feira (10), pela autoria de um latrocínio em Vilas do Atlântico, crime pelo qual teve a prisão preventiva decretada. O sexto envolvido no múltiplo homicídio em Marechal Rondon, identificado como Evandro de Oliveira Ramos, está foragido, e é procurado.
Mais de 1,5 quilo de drogas, entre maconha e cocaína, e três revólveres, todos de calibre 38, foram apreendidos pelos policiais ao prenderem “DK”, de 27 anos, na Ilha de Itaparica, “Índio”, 32, em Camaçari, e Juliana, 27, e Diego, 21, no bairro de Pirajá. Além do titular da DHM, delegado Odair Carneiro, participaram da apresentação os delegados Sérgio Malaquias (DHPP), e Guilherme Machado, titular da 3ª Delegacia de Homicídios (DH/BTS), e os comandantes da Operação Gêmeos, major Washington, da Operação Apolo, major Wildon, e da Rondesp Atlântico, major Paraíso.
Represália
“Índio” é apontado como mandante da chacina que vitimou Maria da Paixão Pereira, 65, seus filhos Jadaíra Pereira dos Santos, 28, e Jackson Pereira dos Santos, 27, além de Antônio Cláudio dos Santos, 39, e uma mulher ainda sem identificação. As cinco vítimas foram baleadas e queimadas no terreiro de Candomblé, onde a família de Maria também residia.
As investigações indicaram que as execuções foram em represália à prisão de três integrantes da quadrilha de “Índio”, capturados no dia 14 de maio, durante operação conjunta do DHPP, da 4ª Delegacia Territorial (DT/São Caetano) e 9ª Companhia Independente de Polícia Militar (CIPM/Pirajá), na Rua Lígia Maria.
Entre os capturados, em maio, está o ex-policial militar Mauro Vinícius Soares, 34, que responde a inquérito por um homicídio ocorrido na região. Mauro foi preso no momento em que prestava socorro ao traficante Daniel da Silva Marques, o “Ajeita”, 22, ferido na perna depois de envolver-se num confronto com a polícia.
“Ajeita” e o comparsa Daniel Freitas dos Santos, o “Gordo”, 22, vendiam drogas em via pública e ao perceberem a aproximação dos policiais iniciaram uma troca de tiros. O primeiro escondeu-se na casa de Mauro e “Gordo” invadiu a casa de Maria, Jandaíra e Jackson, onde foi localizado e preso minutos depois.
Mauro, “Ajeita” e “Gordo” foram conduzidos à 4ª DT/São Caetano, na ocasião, e autuados em flagrante por tráfico, associação para o tráfico, tentativa de homicídio e porte ilegal de munição de uso restrito. O ex-PM responde a um inquérito no DHPP, pela morte de Jeilton Silva dos Santos, e vinha trabalhando como segurança da quadrilha de “Índio”.