Polícia civil desarticula quadrilha de jogos na web

Caças-níqueis e bingos estão proibidos de abrir as portas, mas donos de casas de jogo migraram para a Internet para manter o negócio em operação. Nesta terça-feira, a Polícia Civil de São Paulo desencadeou uma megaoperação para prender 39 acusados e cumprir 358 mandados de busca em apreensão de um esquema de jogos pela Web. Além de São Paulo, o esquema funcionava em outros 11 estados, incluindo Rio de Janeiro, Alagoas, Bahia, Ceará, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraíba, Pernambuco, Rio Grande do Sul e Santa Catarina.

O internauta era atraído inicialmente por jogos gratuitos, no qual as apostas eram apenas simuladas. Os sites, criados nos Estados Unidos, podiam ser acessados de qualquer residência. Depois de navegar no primeiro, o usuário era levado a um segundo site, com apostas reais, mediante prévio depósito bancário ou uso de cartão de crédito. Além dos dois sites do sistema aberto, o grupo oferecia um site fechado e explorado exclusivamente por lojas cadastradas, principalmente lan houses, que eram autorizadas a participar do esquema.

Os jogos movimentavam pelo menos R$ 60 milhões por ano – ou R$ 5 milhões por mês. Segundo a polícia, o resultado era manipulado para que os apostadores perdessem dinheiro. Em torno do esquema havia disputas por pontos de exploração, corrupção de agentes públicos, cobranças e ameaçadas na hora de fazer a cobrança. Há indícios de envolvimento dos acusados também em assassinatos.

O esquema começou a ser desvendado pelo Departamento de Polícia Judiciária do Interior 7 (Deinter-7), com sede em Sorocaba, a 97 km de São Paulo, há um ano, quando foram apreendidas máquinas caça-níqueis e outros equipamentos em uma lan house na cidade de Avaré. Durante as investigações, os policiais descobriram que o esquema era bem mais abrangente. Por conta dos desdobramentos, a operação foi batizada de Novelo.

Os mandados de prisão, busca e apreensão cumpridos nesta terça-feira foram expedidos pelo juiz da 1º Vara da Comarca de Sorocaba. Um inquérito policial foi instaurado pela Delegacia da Infância e Juventude de Sorocaba.

A administração do negócio, segundo a polícia, era feita em um escritório localizado num prédio na zona leste de São Paulo. No começo desta manhã, policiais invadiram o local. A polícia já apreendeu carros, computadores, dinheiro e joias dos integrantes da quadrilha.

Apenas em São Paulo, a polícia realiza cumpre 262 mandados de busca e apreensão e 37 mandados de prisão em 11 cidades. Além da capital, Guarulhos, Mogi das Cruzes, São Bernardo do Campo, Santo André, São José dos Campos, Campinas, São José do Rio Preto, Santos, Sorocaba e Piracicaba.

O empresário Tiago Correia Marcos dos Santos foi um dos presos na capital paulista. No escritório dele foram apreendidos carros de luxo, computadores e documentos.

 

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