Barreiras
Polícia apura se donos de empresa de consórcio fechada fugiram
Delegado de Barreiras diz que ouviu mais de 100 pessoas até ontem.
Acorda Cidade
O delegado da cidade de Barreiras, no oeste da Bahia, disse nesta quinta-feira (30) que já ouviu mais de 100 pessoas sobre a empresa de consórcio de motos que pediu falência, fechou e não deu satisfação aos clientes que tinham pago as prestações e iriam ser contemplados. Até agora, são mais de 260 reclamações registradas contra a Eletrovarão, que tem 11 lojas em todo o estado.
Para a polícia, os donos das lojas fugiram. "Chegaram notícias de que há tempos transferiram filhos de escolas [os proprietários], venderam o patrimônio que tinham aqui. Ficando provado no inquérito policial, logicamente iremos tomar as medidas judiciais cabíveis", disse o delegado Joaquim Rodrigues.
A advogada da empresa, Wyllyanny dos Santos, afirmou que o pedido de falência foi protocolado. "A ordem de prioridade, neste caso, é que seja resolvida, primeiro, a situação dos funcionários. Nós vamos liquidar os débitos das pessoas que estão com quitações", afirmou.
A rede tinha lojas nas cidades de Barreiras, Luís Eduardo Magalhães, Teixeira de Freitas, Wanderley, Cotegipe, Baianópolis, Serra Dourada, Santa Maria da Vitória, Irecê, Porto Seguro e Eunápolis. Ninguém atendeu aos telefonemas em nenhuma das lojas na Bahia. Em Eunápolis, extremo sul, um cartaz na porta avisava que o fechamento era para balanço.
O ex-gerente da loja de Barreiras, José Carlos Santos, disse que a Eletrovarão tinha 16 mil clientes nas 11 lojas que funcionavam na Bahia. Segundo ele, seis mil estariam com pagamento em dia e 10 mil seriam inadimplentes.
Clientes
Mais de 100 clientes da empresa se reuniram em frente a sede da loja, no centro da cidade, para cobrar a entrega de motos, nos últimos dias. “Me informaram que eu deveria vir aqui depois do sorteio e nós íamos negociar. Eu ia pegar o dinheiro ou a moto, inclusive liguei na segunda-feira (28) e mandaram eu vir hoje, munido de documentos para fazer a retirada da mesma. Não temos nada de concreto, mas temos vários boatos na cidade de que eles iam fechar, iam falir e dar o golpe”, disse o motorista José Alvim Lopes.
“Eu vim de Pernambuco para pegar uma moto já quitada e quando eu cheguei aqui encontrei essa surpresa, as portas fechadas e que eu saiba, quando se faz balanço de loja, tem que ter alguém dentro para atender os clientes, dar algumas informações”, explicou o caminhoneiro, José Hildo da Silva.
Antônio de Freitas recebeu um cheque referente a uma moto, mas ao depositar teve uma surpresa. “O cheque estava sem fundo, foi o que a moça me disse e me devolveu. Eu vim aqui hoje e tudo estava fechado. Infelizmente eu vou ter que colocar na Justiça, porque estou sendo lesado”.
A proprietária do prédio onde funciona a loja também estranhou o fechamento do estabelecimento. “Com a gente eles não conversaram, ninguém falou nada. Eu estou aguardando até agora e todos os telefones estão na caixa postal, ninguém atende. Eu tenho uma moto a receber também”, disse Elvira Dantas, dona do prédio. As informações são do G1.
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