Feira de Santana

PM grevista relata angústia vivida em prisão

O soldado, durante entrevista ao Acorda Cidade, se defendeu das acusações de vandalismo, formação de quadrilha e de roubo de viaturas que o levou a prisão.

 

Daniela Cardoso 
 
O policial militar Josafá Ramos dos Santos, um dos líderes da greve do Polícia Militar em Feira de Santana, realizada no mês de fevereiro, que foi tido como desertor pela própria PM e depois se apresentou e foi preso, está em liberdade e trabalhando na 67ª CIPM (Companhia Independente da Polícia Militar).
 
O soldado, durante entrevista ao Acorda Cidade, se defendeu das acusações de vandalismo, formação de quadrilha e de roubo de viaturas que o levou a prisão. “Eu me senti injustiçado. Essas acusações são infundadas. Existem acusações de que eu havia tomado viaturas em Salvador e eu estava aqui em Feira de Santana, inclusive no horário eu estava concedendo entrevista a repórteres da cidade”, disse.
 
Josafá Ramos contou que ficou sabendo que ia ser preso através da imprensa e que ficou em torno de 30 dias vivendo em esconderijos. “Estranha-se que o juiz recebeu o termo de solicitação de pedido da prisão três dias após a mídia divulgar. Nesse período eu me esquivei da prisão.
 
Depois de se entregar, o PM ficou 43 dias preso dentro do batalhão de choque, onde segundo ele, viveu situações de angústia. “Vivemos assim devido ao sofrimento dos nossos familiares, dos sentimentos que envolviam tudo aquilo e por nos sentirmos injustiçados, pois enquanto me prenderam o verdadeiro autor dos fatos estava impune”, afirmou
 
Josafá diz que não se arrependeu de ter participado do movimento grevista e que espera um futuro em que o policial não precise fazer greve. Ele está cumprindo serviços burocráticos na 67ª e afirma que vai atender as decisões do comando. “A gente espera que a sociedade entenda que a luta que o policial faz é para melhorar, inclusive a segurança”
 
As informações são do repórter Ney Silva do Acorda Cidade