Polícia

Nove estudantes são suspeitos de receber dinheiro desviado de Salvador

Terceirizado da prefeitura era responsável por lançar valores e fez a fraude. Dinheiro seria destinado a amigos do suspeito; cada um recebia R$ 4,2 mil.

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Acorda Cidade

Nove estudantes são suspeitos de terem sido beneficiados com o desvio de mais de R$ 100 mil que deveriam ter sido destinados a auxílios para os desabrigados das chuvas de Salvador. A fraude foi cometida por um funcionário da prefeitura, o gestor do fundo municipal da assistência social Thiago Santos Lima, de 25 anos, preso na manhã de sexta-feira (25), durante a Operação Chuva.

Thiago Santos foi encaminhado ao sistema prisional e vai responder pelo crime de peculato. Na casa dele, a polícia apreendeu R$ 68,5 mil, em espécie, documentos, computadores e celulares. Os nove estudantes suspeitos de participação no esquema foram ouvidos e liberados, mas ainda serão investigados, segundo informou a Polícia Civil.

Cada um dos estudantes suspeitos de ter o nome inscrito indevidamente para ser beneficiado com as verbas estaria recebendo R$ 4,2 mil, valor acima do estipulado para o benefício, que é de três salários mínimos. A denúncia foi feita pela própria Prefeitura de Salvador.

A delegada responsável pelo inquérito, Ana Karina Sampaio Guerra, do Departamento de Repressão e Combate ao Crime Organizado (Draco), informou que Thiago tinha a senha da conta da prefeitura para liberar as verbas de benefícios sociais e, com isso, estava utilizando o cargo público para favorecer pessoas que não tinham perfil compatível com os desabrigados da chuva. Os estudantes seriam amigos de Thiago.

Operação

A Operaçao Chuva foi deflagrada na madrugada desta sexta e tinha o objetivo de cumprir o mandado de prisão temporária contra Thiago, outros dois mandados de busca e apreensão e nove de condução coercitiva.

O funcionário da prefeitura de Salvador foi preso na manhã desta sexta-feira (25). Segundo a polícia, Santos trabalhava no Fundo Municipal de Assistência Social, vinculado à Secretaria de Promoção Social e Combate à Pobreza (Semps).
A investigação aponta que um homem suspeito de ser comparsa era responsável por conseguir pessoas para se cadastrarem como beneficários, para então desviar os recursos.

De acordo com a polícia, as investigações ainda não foram concluídas. A prisão do funcionário fez parte da "Operação Chuva", deflagrada pela Dececap, sob comando da delegada Ana Karina Guerra.

"Eu achei estranho, separei os nomes, fizemos as pesquisas e então detectamos que os nove têm relação com o funcionário. Quando identificamos isso, fomos até a polícia e entregamos o ofício com as imagens do Facebook, do Instagram [que comprovavam a relação]. A delegada nos instruiu a não mudar a rotina, instaurou o inquérito e efetuou a prisão", explicou o secretário da Semps, Bruno Reis.

Segundo a Semps, Thiago Santos Lima era o responsável pela gestão do fundo até o mês de abril deste ano, contratado em cargo comissionado. Em abril, ele foi exonerado e se tornou a pessoa responsável por lançar os benefícios no sistema, como terceirizado. "Ninguém imaginava que ele tinha desvio de conduta. Ele era bem avaliado tecnicamente", disse o secretário.

As informações são do G1.