O procurador-geral de justiça, Lidivaldo Britto, afirmou, nesta quinta, 18, que o Ministério Público (MP) estadual já tem provas da participação de policiais militares no sequestro e assassinato de 14 pessoas, além do desaparecimento de três adolescentes, por vingança à morte do soldado Marcelo Márcio Lima Silva, 32, ocorrida no mês passado, em Vitória da Conquista (a 509 km da capital).
As declarações foram feitas no início dos trabalhos de uma força composta por sete promotores de justiça, designados para ajudar nas investigações. “Foi uma operação desastrosa, PMs invadiram casas, sequestraram e executaram pessoas, usando farda da corporação e até viaturas. Nós já identificamos dois ou três policiais envolvidos porque eles não se deram ao trabalho nem de esconder os rostos ao cometer os crimes”, declarou o chefe do Ministério Público, que foi pessoalmente a Conquista.
O soldado Marcelo Márcio foi assassinado com um tiro na nuca, por volta das 22h do dia 28 de janeiro, quando estava na garupa de uma motocicleta conduzida por outro policial militar, no bairro Alto da Conquista, periferia da cidade. O piloto, que também foi baleado, mas sobreviveu ao ataque, alegou que eles dois pretendiam fazer uma visita à casa de um colega PM, quando foram abordados por traficantes do local. Ainda na noite da quinta-feira, durante a madrugada e o dia de sexta, 14 pessoas foram sequestradas e assassinadas, sendo que três adolescentes continuam com o paradeiro ignorado.
As investigações foram iniciadas pela promotora de justiça Genísia Silva Oliveira, titular da Vara do Júri da cidade. Várias testemunhas já reconheceram PMs do 9º Batalhão da Polícia Militar (Vitória da Conquista) como autores dos crimes. Algumas pessoas foram executadas pelos PMs em via pública, como Jorge Moreira da Silva, 40, morto a tiros na frente de casa. As informações são do A Tarde.