PolÃcia
Major da PM que dançou 'Lepo Lepo' pede exoneração do cargo na Bahia
Em fevereiro, major dançou sucesso da banda Psirico em evento da SSP.
Acorda Cidade
Três meses após ter dançado o hit "Lepo Lepo", sucesso de verão da banda Psirico, em um evento da Secretaria de Segurança Pública da Bahia (SSP), em Salvador, o major Eneas Estrela, que comanda a 23ª Companhia Independente da Polícia Militar (CIPM/Tancredo Neves), pediu exoneração do cargo.
Em entrevista nesta segunda-feira (19), o major contou que fez o pedido há alguns dias e que está na expectativa de que a exoneração saia até o fim desta semana. "Eu pedi para sair para ficar à vontade para me posicionar", revelou.
O major Eneas Estrela tem 25 anos de corporação e afirma que a decisão está relacionada a um sentimento de descontentamento com as leis de segurança brasileiras. "O problema da criminalidade é a impunidade. Se queremos diminuir essa violência, temos que mudar essas leis ultrapassadas, da época da ditadura", defendeu.
Em relação à impunidade, Estrela cita um exemplo que diz ter o deixado "indignado". O caso aconteceu no final do ano passado, na região do bairro Tancredo Neves.
"Um marginal assaltou três vezes o mesmo local e foi filmado. A dona do estabelecimento me procurou e pediu ajuda. Fizemos uma campana, o rapaz foi preso e levado para a delegacia. Logo ele foi solto e, com outros bandidos, entrou em um ônibus e atirou contra quatro pessoas", descreveu.
Apesar do pedido de exoneração, major Estrela defende o trabalho da PM. "A maior prova de que a polícia trabalha é o fato de que as prisões estão abarrotadas de marginais. A polícia vem fazendo o seu papel e fazendo bem. Precisamos, na verdade, atingir as causas: a impunidade a destruição da família", argumentou.
Estrela afirma que a decisão de deixar o cargo não é motivada por interesses políticos. "Eu não sou candidato a deputado, como têm dito algumas pessoas mal-intencionadas. Eu estou falando isso em busca de uma segurança melhor. Sou professor de direito constitucional e tenho duas pós-graduações em segurança pública. Eu pedi para sair para para poder me posicionar", afirmou.
Procurada pelo G1, o comando da Polícia Militar da Bahia (PM-BA) ainda não comentou se recebeu o pedido de exoneração e se há previsão para a solicitação seja oficializada. As informações são do G1.
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