Polícia

Mais de 60 mil litros de combustíveis foram apreendidos durante operação

A operação continua e vai se estender a todo o estado com a finalidade de combater a prática.

Mais de 60 mil litros de combustíveis foram apreendidos durante operação Mais de 60 mil litros de combustíveis foram apreendidos durante operação Mais de 60 mil litros de combustíveis foram apreendidos durante operação Mais de 60 mil litros de combustíveis foram apreendidos durante operação

Andrea Trindade

Mais de 60 mil litros de diversos combustíveis e solventes foram apreendidos durante a Operação Mutação, deflagrada na manhã desta sexta-feira (17), na Região Metropolitana de Feira de Santana, para combater um esquema criminoso de adulteração de combustíveis em larga escala na cidade de Amélia Rodrigues. 

Foto: Aldo Matos/Acorda Cidade

A maioria deles, de acordo com o Ministério Público, foi apreendida em uma borracharia e um galpão localizados também em Amélia Rodrigues. De acordo com o promotor de Justiça do Grupo de Atuação Especial de Combate à Sonegação Fiscal e aos Crimes contra a Ordem Tributária (Gaesf), Luis Alberto Vasconcelos, essa quantidade é simbólica, pois não representa a imensa quantidade de combustível que realmente está circulando em Amélia Rodrigues. O valor do material apreendido ainda não foi estimado.

Além dos combustíveis, foram apreendidos três armas de fogo, 70 cartuchos de munição, 11 celulares, um computador, mais de R$ 9 mil em espécie, R$ 14 mil em cheques, e vários documentos, entre eles os de propriedade de veículos particulares e carretas.

Segundo o promotor, duas pessoas foram presas em flagrante e outras duas foram presas temporariamente. Erick Luiz da Silva Santos e José Luiz Santos Júnior, presos por mandados, vão responder por crime de adulteração de combustível e formação de quadrilha. Os dois são filhos de José Luiz Santos, considerado o principal articulador da organização criminosa, que se encontra foragido. De acordo com o MP, as equipes continuam em atividade para cumprimento dos seis mandados de prisão restantes.

“Os combustíveis eram distribuídos, furtados, desviados, dos caminhões que transportavam os combustíveis e muitas vezes eram misturados a solventes como forma de baratear o valor do produto para colocá-lo no mercado com preço mais baixo, prejudicando assim os demais comerciantes, que pagam impostos e atuam de maneira regularizada”, disse o promotor.

De acordo com ele, a operação continua e vai se estender a todo o estado com a finalidade de combater a prática. Todos os nove mandados de busca e apreensão foram cumpridos.
 

A operação

Foto: Ed Santos/Acorda Cidade

Durante a operação realizada pelo Ministério Público com o apoio das polícias Civil e Rodoviária Federal, foram cumpridos nove mandados de busca e apreensão nas cidades Feira de Santana, Amélia Rodrigues e Conceição do Jacuípe.

Pelo menos 44 viaturas e um helicóptero da PRF, um caminhão-guincho e um caminhão-tanque foram utilizados na ação que contou ainda com a participação de oito promotores de justiça, além de delegados, escrivães e mais de 150 policiais.

A ação está sendo realizada pelo Grupo de Atuação Especial de Combate à Sonegação Fiscal e aos Crimes contra a Ordem Tributária (Gaesf), Grupo de Atuação de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), Promotoria Regional Especializada no Combate à Sonegação Fiscal de Feira de Santana e a Promotoria de Justiça de Amélia Rodrigues, com o apoio do Núcleo de Inteligência Criminal (NIC), do Ministério Público estadual; pela Polícia Rodoviária Federal (PRF); Superintendência de Inteligência (SI), da Secretaria de Segurança Pública do Estado da Bahia (SSP); Agência Nacional do Petróleo (ANP) e pela Inspetoria Fazendária de Investigação e Pesquisa (Infip), da Secretaria da Fazenda do Estado da Bahia (Sefaz).

O esquema – De acordo com o Ministério público, durante três anos de investigação, apurou-se que parte da carga de cerca de 200 caminhões-tanque que trafegavam por Amélia Rodrigues diariamente era desviada para pontos (conhecidos como “Bodes”) onde ela era subtraída e comercializada a postos revendedores de combustíveis. Lá, homens chamados de “bodeiros” rompiam os lacres dos caminhões, subtraíam as cargas e depois adicionavam solventes para posterior comercialização de combustível adulterado na região de Feira de Santana. Segundo as apurações, o esquema incluía também emissão de notas fiscais falsas com o objetivo de legalizar o produto adulterado, indicando crimes de sonegação fiscal.

As investigações contaram com interceptações telefônicas, pelas quais se constatou a participação de policiais civis e militares na quadrilha. Em troca de propina, eles teriam fornecido proteção ao esquema criminoso.

Com informações do repórter Aldo Matos do Acorda Cidade