Mais de 60 cédulas falsas foram apreendidas em Feira de Santana em uma semana; delegado destaca perfil jovem dos envolvidos

Na última terça-feira (28) a Polícia Federal prendeu em flagrante dois homens em uma Agência dos Correios em Feira de Santana pela receptação de 40 cédulas falsas, material enviado de outro estado.

Em entrevista ao Acorda Cidade, Fábio Marques, delegado da Polícia Federal na cidade, disse que existe um setor de inteligência do órgão especializado no combate deste crime, que trabalha também em parceria com o órgão de segurança dos Correios.

“Há uma fiscalização e monitoramento de cédulas falsas que são transportadas e encaminhadas pelos Correios em todo o Brasil. Então, a gente recebe relatórios de inteligência, onde informam sobre a suspeita dessas encomendas chegando na cidade.”

Com base nas informações fornecidas pelo serviço, na semana anterior dois casos do mesmo tipo foram registrados em Feira de Santana. No dia 23, um adolescente foi apreendido ao receber uma encomenda, e no dia 24 outras duas pessoas também foram presas, ambas receberam o material através do Correios. Com exceção do adolescente, os demais autuados foram liberados após audiência de custódia, mediante pagamento de fiança.

A Polícia apura se os casos têm relação entre si. Segundo o delegado até o momento já foi identificado que entre estes três, duas encomendas saíram do mesmo remetente e as notas falsas possuem o mesmo número de série, o que pode indicar que tenham sido produzidas por um mesmo fornecedor.

“No Brasil tem diversas quadrilhas e a gente já identificou que esse fornecedor faz parte de uma organização criminosa, provavelmente, que se especializou na remessa de cédulas falsas para todo o Brasil”, informou o delegado ao Acorda Cidade.

O oficial destacou também que, em geral, o perfil das pessoas que recebem esse tipo de encomenda é de pessoas jovens.

“Geralmente são adolescentes, pessoas jovens, que participam de grupos de WhatsApp, onde oferecem a compra desse material. Alguns desses grupos se tratam de estelionatários, oferecem ali e estão aplicando, na verdade, um golpe. E tanto quem vende quanto quem compra, configura aí para ele o crime de cédula falsa que possui uma pena de 3 a 12 anos.”

A Polícia está apurando a autoria do envio, pois acredita que os remetentes não tenham utilizado os nomes verdadeiros. No total, contabilizando os três casos, mais de 60 notas falsificadas foram apreendidas, o que totaliza o falso valor de 5 mil reais, entre cédulas de 100, 50, 20 e 10 reais.

O Delegado Fábio Marques, informou que a falsificação geralmente é grosseira, porém ao se misturar com outras notas no comércio, a identificação pode ficar mais complicada acarretando em prejuízos para comerciantes e clientes.

“Geralmente, essas pessoas que adquirem as notas falsas, efetuam uma compra de baixo valor, por exemplo, uma compra de R$ 5,00, onde ele passa uma cédula de R$ 100,00 falsa, então, ele recebe em troco R$ 95,00 de cédulas verdadeiras. Então o comerciante além ter prejuízo por ter vendido uma mercadoria com a cédula falsificada, também tem o prejuízo de fornecer suas cédulas verdadeiras para o falsário.”

Para os comerciantes a dica é utilizar das ferramentas disponíveis para verificar a cada compra se a nota é verdadeira. O delegado reforça que atualmente há técnicas, canetas e as próprias orientações do Banco Central em relação a marca d’água e outros detalhes que facilitam a verificação. Para quem estiver pensando em adquirir esse tipo de material, o delegado alerta que a Polícia Federal está acompanhando.

“Primeiro, não compre, que a Polícia Federal está de olho. E isso é um crime grave, a pena é altíssima, como a gente falou, de 3 a 12 anos. E certamente vocês serão presos. E segundo, para os comerciantes, tem algumas técnicas disponíveis no mercado, e também ser conhecedor das regras de certificação da cédula, está disponível aí no site do Banco Central e também da Polícia Federal, tendo conhecimento desses itens de segurança, certamente você não será enganado aí no comércio”, alertou.

Com informações do repórter Ed Santos do Acorda Cidade

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