A prisão de um dos suspeitos pela morte do filho de Maria Lúcia Fiuza trouxe uma sensação de “alívio” à mãe, que nesta quinta-feira (25) esteve na delegacia de Feira de Santana para acompanhar de perto o depoimento do acusado. O crime ocorreu em fevereiro deste ano, no distrito de Maria Quitéria, quando Iranilson Fiuza dos Santos Ferreira, de 32 anos, foi morto durante um latrocínio (roubo seguido de morte) que, segundo a mãe, envolveu pessoas conhecidas da família.
“Hoje eu me sinto aliviada de saber que um dos autores, que a gente sabe que tem mais envolvidos, um dos autores que tirou a vida do meu filho foi preso.”
Segundo Maria Lúcia, o filho, trabalhador desde os 17 anos, havia se mudado recentemente para a nova residência no distrito de Maria Quitéria. Ele morava anteriormente no bairro George Américo e tinha apenas nove dias na casa recém-construída quando foi surpreendido por criminosos.
Os bandidos chegaram pelos fundos da casa, armados, e sabiam da existência de um cofre no local. No imóvel estavam a esposa da vítima e a filha, que presenciaram toda a ação. Eles exigiram que o jovem abrisse o cofre, mas ele se recusou. A filha tentou ajudar, informando parte da senha, mas não conseguiu. O cofre foi levado fechado e, em seguida, os criminosos também levaram Iranilson que acabou morto a cerca de 200 metros da residência.
O dinheiro, no valor de R$ 17 mil, seria usado para a compra de um carro para a sogra. O valor também era dela. O restante do dinheiro para a compra estava no banco.
A mãe acredita que o filho conhecia os autores do crime. “São pessoas que conheciam. Porque se não conhecessem, não teria chegado a informação do que ele tinha dentro de casa. Chegaram pelos fundos da casa, vieram a pé, por dentro do mato. Pessoas que sabiam que ele tinha mudado, sabiam que ele tinha esse valor dentro de casa, sabiam a vida dele toda, então eu creio que foram pessoas conhecidas.”
A informação de que o suspeito preso seria um vizinho tornou a descoberta ainda mais dolorosa. “Ficamos sabendo que essa pessoa que a gente conhece está presa. Hoje de manhã ele estava dando depoimento aqui na delegacia e eu cheguei a ver”, relatou ao Acorda Cidade.
Maria Lúcia descreveu a dor de descobrir a proximidade do suspeito e as profundas consequências do crime para a família.
“É muito triste a gente saber que pessoas que conheciam ele, da área lá de todo mundo, saber que a gente não pode confiar hoje em ninguém. Foi muito dolorido, machuca demais, meu coração está aqui dilacerado”, disse bastante abalada.
A mãe contou também que os criminosos passaram mais de 40 minutos na residência, torturando a família. Sua neta, de apenas 12 anos, está sem condições de ir para a escola devido ao trauma. Maria Lúcia, que se identifica como cristã, afirmou que a fé em Deus é o que lhe dá forças para enfrentar a situação.
“Minha vida acabou. Eu digo que quem levou a vida do meu filho acabou com a minha também. Porque hoje eu só durmo através de remédios. Não tem um dia que eu não chore. Meu filho era um homem de bem. Deus sabe como eu criei o meu filho. Eu criei o meu filho ali trabalhando na casa dos outros para poder criar, para trazer ele no caminho do bem. Eu creio que se não fosse a mão de Deus sobre a minha vida, eu não estaria viva.”
Inanilson era primo de uma policial militar. A Polícia segue investigando a participação de outros envolvidos no crime.
Com informações do repórter Ed Santos do Acorda Cidade
Leia também:
Após sequestro na zona rural, primo de policial militar é encontrado morto em Feira de Santana
Primo de policial militar é sequestrado em Feira de Santana
Siga o Acorda Cidade no Google Notícias e receba os principais destaques do dia. Participe também dos nossos grupos no WhatsApp e Telegram