Acorda Cidade
O ex-vocalista da banda New Hit, Eduardo Martins, conhecido como Dudu, ficou em silêncio em seu depoimento na audiência de instrução do caso da banda, retomada no Fórum de Ruy Barbosa nesta terça-feira (17). Segundo informações do Tribunal de Justiça do Estado da Bahia (TJ-BA), ele ratificou depoimento prestado na delegacia no dia do ocorrido e usou o direito constitucional de ficar em silêncio. O depoimento dele durou cerca de cinco minutos.
Ainda em 2012, na delegacia, todos os acusados negaram o crime em depoimento à polícia. "Eles disseram que houve a relação com as jovens mas foi consensual", afirmou o delegado Marcelo Cavalcante, responsável pela investigação.
O réu Eduardo foi o terceiro a prestar depoimento nesta terça-feira (17). O primeiro a depor, segundo o TJ-BA, foi o acusado Jefferson Pinto dos Santos, ex-produtor técnico da banda. O depoimento dele durou quase duas horas. Em seguida, foi a vez do ex-dançarino Alan Aragão Trigueiros, que depôs por duas horas e meia.
Depois de Alan e Eduardo, o também ex-dançarino Guilherme Augusto Campos da Silva depôs e, em seguida, começou o depoimento do PM Carlos Frederico, que foi reconhecido pelas vítimas como segurança da banda, de acordo com o TJ-BA. O depoimento do PM foi encerrado por volta das 18h45.
A audiência prossegue com o depoimento do ex-percussionista John Ghendow. A audiência de instrução foi aberta pela juíza Márcia Simões e vai continuar nesta quarta (18) e quinta-feira (19). Ainda segundo o TJ-BA, por questão de segurança, integrantes da banda New Hit almoçaram no fórum de Ruy Barbosa. A última audiência havia sido suspensa após a defesa alegar insegurança na cidade.
A Marcha Mundial das Mulheres, que tem acompanhado as audiências e realizado protestos na cidade de Ruy Barbosa, divulgou uma nota sobre o caso. Na nota, a Marcha confirma presença nos três dias de audiência e "exigindo a punição de todos os estupradores e agressores às mulheres".
Durante o processo, a banda chegou a retomar as atividades. A primeira participação do grupo foi no show da banda A Bronkka, em maio deste ano, na casa de shows Estação ED DEZ do jogador Edílson. Logo em sua chegada, o cantor Eduardo Martins (Dudu) foi ovacionado pelas fãs, mas o sucesso não seria retomado.
Em agosto desse ano o caso completou um ano sem conclusão e, na última quarta-feira (11), o empresário Jorge Sacramento, proprietário da banda, comunicou à imprensa que o grupo de pagode chegou ao fim.
O caso
Após o show realizado na cidade de Ruy Barbosa, as adolescentes, em depoimento à polícia, contaram que entraram no ônibus para fazer fotos com os rapazes. Lá foram atraídas para o fundo do veículo, onde teriam sido violentadas sexualmente.
Protestos contra os músicos foram realizados e a banda perdeu o patrocínio em eventos e teve apresentações sabotadas em protestos de grupos feministas pelo país. Em outubro de 2012, a banda se apresentaria no Festival de Pagode, em Salvador, mas a Skol retirou apoio ao evento por conta do protesto de internautas. A banda acabou desistindo de participar do festival.
A Marcha Mundial das Mulheres também fez protestos em cidades onde a banda se apresentou. Representantes da bancada feminina da Assembleia Legislativa da Bahia fizeram uma reunião no Ministério Público para discutir com o órgão formas de obter celeridade do julgamento do caso. As informações são do Correio.