Rachel Pinto
Segundo o levantamento estatístico realizado pela Delegacia de Atendimento à Mulher (Deam), as ocorrências de estupro não diminuíram em Feira de Santana. A delegada Maria Clécia Vasconcelos informou que em 2015 foram registrados 59 estupros no ano todo e até o dia 24 de maio de 2016 já são 17 ocorrências. Ela disse que os dados criam um prognóstico considerável, principalmente porque o ano ainda está no primeiro semestre.
A delegada contou também que houve uma redução dos estupros em via pública e dois acusados de praticar este crime na cidade encontram-se no Presídio Regional de Feira de Santana. Ela destacou ainda que a maioria dos estupros acontece em ambiente doméstico, o crime tem características bem peculiares e mulheres de todas as classes sociais estão vulneráveis.
“O número de denúncias aumentou como um todo, mas a realidade do estupro é totalmente peculiar. Muitas vitimas não denunciam, não conversam, porque elas temem ser condenadas, temem represálias. Temos casos de mulheres casadas que foram estupradas e foram abandonadas pelo maridos. É um aspecto muito peculiar tratar desse tipo de crime”, afirmou.
Sobre os estupros coletivos e o caso da adolescente estuprada no Rio de Janeiro, que teve destaque na última semana, Maria Clécia Vasconcelos comentou que fica difícil dizer se eles aumentaram ou se realmente estão mais divulgados devido aos meios de comunicação.
De acordo com ela, o caso tomou uma grande proporção e mostrou também que a sociedade não tolera mais esse tipo de crime, está se mobilizando e se manifestando para exigir as providências cabíveis.
Não ao machismo e ao patriarcado
Para a delegada, são necessárias ações mais incisivas para combater o crime de estupro e uma educação que não esteja baseada em princípios machistas e patriarcais. Ela salientou que é preciso educar as crianças e os jovens nessa perspectiva e formar uma nova mentalidade.
“Precisamos de ações mais incisivas e combater a mentalidade machista e patriarcal. É necessário formar uma nova mentalidade junto às crianças e aos jovens”, completou.
Com informações do repórter Aldo Matos do Acorda Cidade