Salvador
'Estou arrependido', diz ex de vendedora morta a facadas em passarela de shopping
Ele confessou que matou a ex-mulher, Jéssica Ramos dos Santos, a facadas, na passarela do Shopping Paralela, na manhã de terça-feira
Acorda Cidade
Foi dizendo estar arrependido que o motorista Jean Silva Cerqueira, 35 anos, deixou o Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), na Pituba, no início da noite de ontem, cinco horas depois de ter se entregado à polícia. Ele confessou que matou a ex-mulher, Jéssica Ramos dos Santos, a facadas, na passarela do Shopping Paralela, na manhã de terça-feira.
Jean chegou à delegacia por volta das 15h e entrou no prédio sem ser identificado pela imprensa e pelos amigos e familiares de Jéssica que o aguardavam na porta da unidade desde a manhã, quando seu advogado informou que ele se apresentaria. Jean quase não foi notado, mas enquanto aguardava o elevador, no hall do prédio, um dos parentes o reconheceu.
Indignado com o crime, o tio de Jéssica, Alírio Oliveira, 41, partiu para cima do acusado e lhe deu um soco no rosto. Jean caiu sobre a escada que fica ao lado do elevador e continuou apanhando de Alírio até que policiais interromperam a briga. Por conta do tumulto, ambos foram ouvidos na delegacia. Horas depois, Alírio foi liberado.
“Não pensei, agi por impulso. Não sou agressivo, mas na hora não consegui me controlar e parti para cima dele, sem pensar no que estava fazendo. Ele só não apanhou mais porque me seguraram”, contou.
Depoimento
O depoimento à delegada Jamila Cidade, titular da 2ª Delegacia de Homicídios, durou cerca de duas horas. Ela não falou com a imprensa. O advogado de Jean, Dênis Leão, disse que seu cliente confessou ter ficado de tocaia na terça-feira, aguardando a ex-esposa na passarela do shopping Paralela, para matá-la. Ela trabalhava na loja de calçados Comparatto, no shopping. Depois de dar 15 facadas na vítima, Jean fugiu. Segundo o advogado, o crime não foi premeditado.
“Ele contou que depois de cometer o crime ficou vagando pela cidade, sem saber ao certo o que fazer. No dia do crime, ele estava abatido e foi tomado de uma forte emoção. Ele não entrou em detalhes sobre o que se passou pela cabeça naquele momento, mas disse que está arrependido”, contou Leão. A faca usada no crime não foi apresentada.
Jéssica e Jean foram casados durante três anos e têm um filho de dois, mas há um ano estavam separados. Eles moravam no Parque São Cristóvão. Cerca de um mês antes do crime, a Justiça havia expedido uma medida protetiva que impedia Jean de se aproximar a menos de 300 metros de Jéssica. A decisão saiu depois de Jéssica denunciar uma agressão do rapaz, que cortou seu cabelo e marcou seu rosto com uma faca.
“O que a gente espera é que seja feita a justiça, que ele fique preso e pague pelo que ele fez com minha prima. Isso é importante para que não aconteça com outras pessoas”, afirmou Juliana Santana, 19, prima da vítima. As informações são do Correio.
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