Polícia

Enterrado corpo de baiana estuprada e assassinada em Pernambuco

Sepultamento ocorreu na cidade de Campo Formosos, na região norte. Vítima foi raptada com uma amiga e um bebê, na Paraíba, e levada para PE.

Acorda Cidade

Foi enterrado na tarde desta terça-feira (23), na cidade de Campo Formoso, no norte da Bahia, o corpo da baiana de 42 anos que morreu após ser sequestrada na cidade de João Pessoa, na Paraíba, e estuprada em Pernambuco. O sepultamento reuniu familiares e amigos da vítima, e ocorreu por volta das 14h40, no cemitério Jardim da Saudade, no centro da cidade. Uma amiga da baiana também foi estuprada e agredida, mas sobreviveu ao crime.

"Foi uma despedida emocionante. Todo mundo sem saber o que fazer, sem saber o que pensar diante tanta violência", disse ao G1 a auxiliar administrativa Josedir dos Santos Silva, colega de infância da vítima e cunhada do marido dela.

Segundo Josedir, entre os familiares presentes no enterro estavam os dois filhos da mulher – uma jovem de 20 anos e um adolescentes de 12 – e o marido dela, de 39 anos. "Os familiares estavam todos arrasados", afirma.

Crime
O crime aconteceu no último sábado (20). Segundo a polícia, a baiana foi raptada com uma amiga, de 31 anos, e um bebê quando estava sendo levada em casa pela colega em um carro. Todos moravam no mesmo bairro onde aconteceu o sequestro, em João Pessoa. O veículo foi localizado carbonizado na manhã de segunda-feira (22), em um canavial na zona rual do município de Pedras de Fogo, no Litoral Sul da na Paraíba.
"Ela tinha ido para uma festa na creche da amiga e, quando estava voltando, acabou sendo sequestrada já na porta de casa", afirmou Josedir.

De acordo com ela, a amiga e o marido se mudaram para a Paraíba há cerca de dois anos após ele ter sido promovido no emprego e transferido de cidade. "Era uma mulher alegre, sempre de bem com a vida. Gostava da vida. Além disso, também era muito religiosa", contou, emocionada.

Na segunda-feira, a mulher de 31 anos que sobreviveu à ação dos bandidos foi transferida do Hospital Miguel Arraes para o Hospital Memorial São José, no Recife. Segundo a unidade hospitalar, o estado de saúde da vítima está sendo divulgado apenas para familiares. A criança, que seria filho dela, recebeu alta no domingo (21), e está com parentes.

Sequestro
Segundo a polícia de Pernambuco, a vítima foi obrigada a dirigir pela BR-101 de João Pessoa até Goiana, na Zona da Mata Norte de Pernambuco, onde entrou numa estrada de terra conhecida como Estrada do Aterro Sanitário, na Mata da Usina Santa Tereza.

“Depois de entrar na estrada, a cerca de 200 metros da BR, os homens tiraram as roupas delas, espancaram e estupraram", afirmou o cabo Edson dos Santos. Os suspeitos tentaram ainda estrangular as mulheres utilizando tecidos, mas não conseguiram. Em seguida, atropelaram as duas com o carro da vítima, fugindo na sequência. Uma das mulheres não resistiu aos ferimentos. Os criminosos abandonaram o bebê na mata.

Ainda de acordo com a polícia de Pernambuco, por volta das 11h30 do domingo, trabalhadores rurais e vigilantes da usina encontraram as vítimas e a criança no local do crime e acionaram a polícia. A mulher que sobreviveu foi levada para o Hospital Miguel Arraes, em Paulista, no Grande Recife. Ela sofreu politraumatismo.

De acordo com o cabo Edson dos Santos, da Polícia Militar de Pernambuco, uma das vítimas – a mulher que ficou ferida e que também é mãe do bebê – estava indo levar a amiga em casa. As duas moravam no mesmo bairro, onde aconteceu o sequestro.

“Ela explicou que quando chegou na casa da amiga, foi abordada por um carro e uma moto e um dos homens entrou no carro dela”, disse o policial. Ainda segundo ele, a vítima não tem certeza de quantos suspeitos estavam envolvidos no crime.

Depoimento dos maridos

O delegado Marcos Paulo Vilela, superintendente da Polícia Civil da região metropolitana de João Pessoa, disse que conversou com os maridos das duas mulheres vítimas do crime.

“Eles disseram que a convivência em ambas as famílias era tranquila, que eles não tinham nenhum problema profissional, nem as vítimas nem os maridos. Por isso essa situação de vingança, que não está descartada, estaria com probabilidade mínima de ter sido a causa desses crimes bárbaros”, disse.

Marcos Paulo também destacou que alguns detalhes estão sendo resguardadas para não atrapalhar a investigação, já que se trata de crime sexual. Conforme Marcos Vilela, o caso está sendo investigado como latrocínio (roubo seguido de morte).

“O que é importante é que nós cheguemos aos autores do crime para a partir daí chegarmos aos motivos do crime", destaca. Ele informou que os delegados Roberta Neiva e Walter Brandão foram oficialmente designados para acompanharem o caso.

Fonte: G1