Feira de Santana

Dirigentes de entidades da Polícia Civil defendem unificação das classes

Os representantes de várias entidades da Polícia Civil defenderam a unificação das reivindicações salariais dos profissionais da instituição, incluindo melhorias de salários e restruturação da Polícia Civil da Bahia.

Daniela Cardoso e Ney Silva

Policiais civis, peritos técnicos, escrivães e delegados de Feira de Santana e de várias cidades da Bahia participaram na manhã desta terça-feira (16) de um encontro no auditório do Sest Senat. Os representantes de entidades como o Sindicato dos Policiais, Associação dos Delegados, Sindicato dos Peritos Técnicos, entre outras, defenderam a unificação das reivindicações salariais dos profissionais da instituição, incluindo melhorias de salários e restruturação da Polícia Civil da Bahia.

O presidente do Sindicato dos Peritos Técnicos do estado da Bahia, Marcel Engracio, destacou que o encontro foi altamente produtivo para a união das classes que representam a Polícia Civil e, segundo ele, isso vai fortalecer a instituição e a própria sociedade. “A Polícia Civil hoje tem uma importância muito grande, só que não está tendo condições de apresentar esse trabalho. Temos índices alarmantes de resultados de elucidação de crimes”, disse Marcel.

Segundo ele, essas dificuldades existentes na instituição acabam refletindo nas investigações, como no caso da elucidação de crimes, que só chega a 6%, por falta de condições de trabalho. O sindicalista acredita que com a união das entidades será possível construir uma Polícia Civil que possa dá uma resposta positiva para a sociedade.

O presidente da Associação dos Escrivães da Polícia Civil da Bahia, Luiz Carlos de Souza, disse que a categoria está unida em torno de um projeto de unificação das carreiras. “Hoje existe na polícia uma polarização: delegados, investigadores, escrivães e isso causa um distanciamento que estamos procurando resgatar, através da valorização do profissional”, afirmou.

Luiz Carlos salientou que o destinatário final do trabalho da Polícia Civil é a sociedade e que a instituição precisa dá uma resposta, reduzindo o índice de criminalidade, fazendo seu papel, que é prestar a segurança pública.


O presidente do Sindicato dos Policiais Civis (Sindpoc), Marcos Maurício destacou que a Polícia Civil é única e que os profissionais em seus vários cargos viviam de forma isolada. Além disso, ele diz que as entidades viviam brigando entre sim, o que era bom para o governo, que controlava a instituição através dos mecanismos de divisão. Na opinião de Marcos, da forma como estavam divididos os policiais, escrivães, delegados e peritos, o governo dava o que queria e todos perdiam.

O delegado Fábio Lordelo, presidente da Associação dos Delegados da Polícia Civil da Bahia, afirmou que existe um equívoco na gestão da polícia, onde o secretário da Segurança Pública domina a Polícia Civil, mas que deveria dominar a segurança pública como um todo. “Os investimentos hoje estão sendo direcionados para locais, como foi o caso do COE, sem a mínima necessidade. Precisamos de coisas básicas para fazer um trabalho de mais excelência na área de investigação criminal”, disse.

Na opinião de Fábio Lordelo, os profissionais da Polícia Civil estão se desdobrando para prestar serviços à comunidade e mesmo assim com grande dificuldade, pelo fato de não ter investimentos na área de tecnologia de informação e que há um grande prejuízo em não controlar interceptações telefônicas, entre outros problemas.

Estão previstos outros encontros em grandes cidades da Bahia com a participação de profissionais da Polícia Civil. Existe previsão de que até o final de novembro seja elaborado um documento único com reivindicações cobrando melhorias salariais e de infraestrutura para a Polícia Civil.