Polícia

Direção da Aspra cobra elucidação de assassinatos de policiais

O diretor da entidade em Feira de Santana, soldado Brasileiro, afirmou que esse ano mais de 20 policiais já foram assassinados na Bahia.

Daniela Cardoso

A direção da Associação dos Policiais Militares (Aspra) cobra a elucidação de alguns assassinatos cometidos contra policiais da Bahia. O diretor jurídico da entidade em Feira de Santana, soldado Brasileiro, afirmou que esse ano mais de 20 policiais já foram assassinados na Bahia.

“Tivemos colegas mortos aqui em Feira e até o momento não foi feita nenhuma Força Tarefa para investigar quem foi que matou os policiais. Aqui em Feira há dois anos um soldado foi morto chegando em casa e até agora ninguém elucidou esse crime”, afirmou.

Envolvimento de policiais em grupo de extermínio

O Soldado Brasileiro disse ainda que não acredita no envolvimento do soldado Cabral e do cabo Rivaldo, que foram presos preventivamente por uma Força Tarefa formada por delegados da Polícia Civil, em um grupo de extermínio em Feira de Santana.

“Até o momento não tem nada que se prove contra os policiais. Temos prova de que um estava de serviço e o outro estava com o pé quebrado na data que eles estão sendo acusados de praticar crimes”, disse.

Falta de estrutura

O soldado Brasileiro também falou sobre o novo sistema de videomonitoramento de Feira de Santana. Ele não acredita em redução da violência e fala em falta de estrutura de trabalho dos policiais.

“Todo o sistema que vem a contribuir para o policiamento é válido. O sistema de monitoramento não é algo novo em Feira de Santana. Ele já existe há mais de três anos, porém era restrito ao centro de Feira e agora está sendo colocando em vários bairros da cidade.

O Soldado Brasileiro defendeu que os praças da polícia militar tem trabalhado muito para combater a criminalidade, mas, de acordo com ele, não está tendo a estrutura que merece.

“A população também não ajuda, critica muito a polícia, mas ninguém que colocar uma farda e combater a criminalidade. Antes de mais nada, temos que ter a consciência de que o trabalho policial é duro, é complicado e não se resume apenas em fazer uma filmagem. O meliante quando quer praticar o crime ele não liga se tem uma câmera filmando ou não. A câmera vai servir para elucidar o fato, mas não vai impedir o crime”, observou.

Ainda conforme o Soldado, os policiais não dispõem de viaturas suficientes para fazer o serviço policial. Segundo ele, é uma média de 20 para toda a cidade de Feira de Santana.

O Soldado Brasileiro falou também sobre a escolha de um oficial para trabalhar na central de videomonitoramento. “Mesmo o comandante tendo dito que o serviço passaria a fluir com a presença de um oficial, eu discordo. O serviço mais duro quem faz somos nós, que arriscamos a nossa vida, trocamos tiros. Não adianta ter uma central de monitoramento e não ter uma viatura na área, caso necessite”, afirmou.

Em resposta, o Soldado Washington explicou que a Polícia Militar, como toda instituição, é organizada em nível hierárquico e cada um tem sua função de acordo com a complexidade. Segundo ele, a escolha de um oficial foi uma questão técnica.

“Acho que devemos trabalhar de forma unida para garantir uma segurança pública de qualidade. A central cobrirá uma área de aproximadamente 80% do nosso município. Não é possível que as viaturas cubram toda a cidade e a central de monitoramento com certeza melhorará a segurança. A nossa central produzirá provas importantes para a punição de criminosos, que é a prova material em imagens e que ficarão armazenadas por 30 dias no sistema”, afirmou.

As informações são do repórter Ney Silva do Acorda Cidade