Andrea Trindade
O detento Celival Barbosa Nunes, cadeirante, morador da rua Campos Sales, no bairro Campo Limpo, preso há 8 anos, acusado de latrocínio (roubo seguido de morte), foi encontrado com 120 petecas de cocaína, e Júnior de Souza Silva, 28 anos, preso há 4 meses por assalto a mão armada, foi flagrado com cocaína e crack.
Em entrevista ao repórter Aldo Matos, dos programas Acorda Cidade e Nas Ruas e Na Polícia, o presidiário Júnior de Souza, do pavilhão 11, contou que a droga foi adquirida durante partidas de dominó realizadas no tempo livre com detentos de outros pavilhões.
Ele disse ainda que a droga é comercializada por R$ 5,00 e que os detentos aproveitam o momento em que os agentes penitenciários se distanciam um pouco para realizar as apostas.
“A gente que não tem pessoas para nos ajudar lá dentro, como mãe, pai, tio, tia essas coisas, deve fazer algo. Eu vi que o melhor jeito para sair da fraqueza financeira que eu tava foi desse jeito aí. Essa droga eu não comercializo porque eu adquiri para uso”, contou.
Questionado sobre a origem da droga, ele disse que não sabe como ela entra no conjunto penal e que as pessoas que têm a droga não passam essa informação para ele.
Junior contou que, quando ganha a droga joga na lixeira e depois a esconde. Ele disse também que, quando ficou sabendo que haveria uma operação de revista nas celas escondeu a maconha dentro de uma televisão. Questionado sobre como é viver no conjunto penal, o detento disse que roubar não lhe trouxe benefício algum.
“A vida no presídio não é boa. Estou passando por essa experiência e peço a Deus que eu me liberte dos vícios e da má conduta. Vou sair vencedor, vou procurar minha melhora. Peço a Deus que isso não aconteça mais na minha vida, porque não me trouxe benefício nenhum. Nunca pensei em ir para o presídio e no dia que fui eu chorei”.
A vistoria realizada pelo Grupo Especial de Operações Prisionais (SEAP/GEOP), com apoio da Polícia Militar, foi solicitada pelo diretor do presídio Edmundo Memeri Dumet, e contou com a participação de mais de 50 policiais especializados, além de agentes penitenciários.
Fotos: Aldo Matos/Acorda Cidade