Feira de Santana

Delegado diz que aumento de homicídios pode estar ligado à guerra do tráfico

De acordo com a Polícia Civil, a maioria dos homicídios está relacionada ao tráfico de drogas.

Andrea Trindade

Com 87 homicídios registrados no ano, sendo 20 deles apenas nesta primeira quinzena do mês, e seis no último final de semana, as autoridades policiais de Feira de Santana têm constatado que houve um aumento no número de crimes contra a vida na cidade em relação aos anos anteriores, cujos índices demonstravam queda no número de assassinatos.

De acordo com a Polícia Civil, a maioria dos homicídios está relacionada ao tráfico de drogas. Em entrevista ao Acorda Cidade, o delegado Jean Souza, titular da Delegacia de Homicídios, informou que existe uma guerra entre traficantes de duas organizações criminosas que estão em conflito há algum tempo.

“Estes grupos estão provocando estes homicídios. Quase sempre eles estão disputando áreas que eram do PCC, que após a morte do líder, ficaram sem comando. Esta é uma das linhas de investigação. Os líderes estão mandando eliminar traficantes e demais envolvidos com o tráfico que não concordam com suas ordens”, informou.

Sobre assassinatos de ex-presidiários registrados neste ano, três no total, o delegado informou que as vítimas muitas vezes possuem desavenças fora ou no interior do presídio ou dívidas que devem ser pagas e que não são quitadas quando deixam a unidade.

O índice de homicídios foi estendido a praticamente todos os bairros e não está mais se concentrando em regiões específicas da cidade. Segundo o delegado, 541 inquéritos instaurados estão em curso desde a implantação da delegacia há quatro anos e 42 mandados de prisão que foram solicitados estão aguardando resposta do Poder Judiciário. Ele reclama da demora, uma vez que isso dificulta o trabalho da polícia.

“Estamos aguardando resposta do judiciário, que está com contingente pequeno e com dificuldade de agilizar os pedidos. Temos apenas uma juíza substituta na Vara do Júri que responde pela Vara de Execuções também. Esperamos que se regularize essa situação no judiciário para que possamos ter respostas mais rápidas para a sociedade. É urgente isso. É preciso que sejam realizados mais julgamentos. A gente tem pedido a prisão mas não temos a resposta de forma mais imediata”, declarou o delegado pedido a ajuda da população com denúncias anônimas através do telefone 181.

Com informações do repórter Aldo Matos do Acorda Cidade