
Uma das advogadas de defesa das vítimas que acusam a influenciadora digital Theila Sabrina pelos crimes de extorsão, com ameaça de divulgar vídeos íntimos, conversou nesta terça-feira (8) com a reportagem do Acorda Cidade, onde rebateu as afirmações feitas por Theila à imprensa em entrevista realizada ontem (7).
De acordo com a advogada Julliana Cruz, o caso está em segredo de justiça, mas trata-se de crimes cometidos pela influenciadora digital, inclusive com a apresentação de provas às autoridades policiais. Ela cita crimes como ameaça, extorsão, racismo e obstrução.
“Ela afirma que é uma briguinha apenas, romantizando algo que, na verdade, é grave. São crimes, e conseguimos conduzir esses processos porque são mais de um. O caso está em sigilo há quase dois meses, pois nossa intenção sempre foi preservar a imagem, principalmente das vítimas. Todas as alegações feitas pelos meus clientes, tanto na esfera criminal quanto na esfera cível, foram acompanhadas de provas”, destacou.

Com relação à dívida que a influenciadora alega existir, a advogada Julliana Cruz afirma que isso não é verdade e destaca que, se a influenciadora quisesse realmente cobrar uma dívida, deveria fazê-lo pela justiça.
“Não há dívida, não há empréstimo. E mesmo que existisse, isso não justificaria as ameaças que foram feitas, não só contra as vítimas, mas também contra suas famílias, envolvendo, inclusive, agiotas, abordagens na porta do trabalho e situações na casa de uma das vítimas. Não estamos tratando aqui de uma briga de casal”, frisou.
Ainda segundo a advogada, após a influenciadora iniciar suas viagens de trabalho, ela teria “vendido a dívida” para um agiota, que estaria cobrando R$ 6 mil dos clientes da influenciadora e de seus familiares.
“Essa pessoa que se intitula agiota enviou várias mensagens para os familiares, informando que havia comprado essa dívida e que, a partir daquele momento, ele seria o responsável por cobrá-la. O agiota começou as cobranças assim que ela começou a viajar. Entretanto, as ameaças sobre expor vídeos e filmagens íntimas, que meus clientes dizem não existir, começaram muito antes”, relatou ao Acorda Cidade.
Vídeo íntimo
Durante a entrevista, Theila informou que não há vídeo íntimo e que afirmou isso em um momento de raiva, durante uma discussão com o ex. A advogada das vítimas destacou que o pedido de busca e apreensão na residência da influenciadora foi justamente para verificar a existência ou não desse suposto material. O mandado de busca e apreensão domiciliar foi realizado pela Polícia Civil na última sexta-feira (4).

“Solicitamos uma liminar à juíza para conceder a busca e apreensão a fim de saber se esse vídeo existe ou não. Estamos aguardando o resultado da perícia. Meus clientes informaram que nunca viram esses vídeos, mas existe um ‘se’. Ele convivia com ela, dormia na casa dela. Não sabemos se a casa possui câmeras ou se ela filmou algo. Por isso, solicitamos, de forma legal, a busca e apreensão”, explicou Julliana Cruz, acrescentando que Theila e uma das vítimas se relacionavam há dois anos.
Ameaças
Sobre as ameaças, a advogada informou que todos os prints das conversas, contendo frases como “vou destruir sua imagem”, estão no processo e são provas contundentes de que os crimes ocorreram.

Julliana Cruz também relatou que a família das vítimas recebia mensagens com teor ameaçador, inclusive, a mãe de uma das vítimas recebeu mensagens no Dia das Mães. Além disso, segundo a advogada, a influenciadora, que possui cerca de 200 mil seguidores nas redes sociais, usava os stories para publicar mensagens que “pediam atenção para as audiências, com o intuito de criar pânico nas vítimas”.
A advogada também revelou que existe uma liminar proibindo a influenciadora de falar sobre o caso. No entanto, segundo ela, esse impedimento foi descumprido pela influenciadora.
“Já entramos com as medidas cabíveis para que a justiça tome as providências necessárias. Não há justificativa para os atos criminais que foram praticados. Não estamos falando aqui de uma briga de casal. Estou aqui representando pessoas que foram vítimas de crimes”, afirmou.
Por fim, a advogada informou que existem quatro crimes imputados, cuja soma das penas varia entre 15 e 24 anos de prisão, além da esfera cível, que trata da questão indenizatória.
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As informações são do repórter Ed Santos do Acorda Cidade
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