Feira de Santana

Coordenadora do necrotério do HGCA diz que funcionários não têm obrigação de abrir sacos com corpos

A coordenadora do necrotério do Hospital Geral Clériston Andrade, Maria Raimundo, disse que a solicitação para que os servidores abram os sacos de óbito começou a ser feita recentemente.

Daniela Cardoso

Após um erro na divulgação do número de homicídios no último final de semana, em Feira de Santana, o delegado Fabrício Linard, titular da Delegacia de Homicídios, informou que um comunicado assinado por duas servidoras do Hospital Geral Clériston Andrade (HGCA) atrapalhou a realização do levantamento cadavérico, gerando o erro. Foram três homicídios registrados no último fim de semana e não quatro.

Segundo ele, uma servidora do necrotério do Clériston se negou a abrir o saco que envolvia o corpo, para que a Polícia Civil pudesse fazer a análise, o que gerou um erro, por a polícia acreditar que a morte tratava-se de um homicídio, quando na verdade foi uma morte acidental.

Em resposta, a coordenadora do necrotério do Hospital Geral Clériston Andrade, Maria Raimundo, disse que a solicitação para que os servidores abram os sacos de óbito começou a ser feita recentemente e que por entender que essa não é uma obrigação deles, ela resolveu fazer esse comunicado. 

Foto: Aldo Matos/Acorda Cidade

“Já tenho mais de 10 anos à frente da coordenação do necrotério e nunca teve um problema desses. Eles estão solicitando aos servidores que abram os sacos com os corpos e apontem onde está o ferimento. Não é da competência do administrativo abrir os sacos de óbito. O auxiliar administrativo está lá para receber o óbito que vem da unidade e conferir documentação, então eu não estou entendendo. Os profissionais estão se sentindo pressionados pela Polícia Civil a abrir o saco de óbito para um procedimento que cabe a eles. Por isso expedi esse comunicado”, afirmou.

Ainda segundo a coordenadora do necrotério, toda vez que os peritos do DPT chegavam para a remoção dos corpos no Clériston Andrade, ou abriam os sacos ou estavam acompanhados de funerários que faziam esse trabalho.

“O pessoal do Clériston somente acompanhava para abrir a porta e indicar qual era o corpo. Depois os servidores me comunicaram que estavam se sentindo obrigados a abrir os sacos e eles vieram saber se era obrigação deles, porque até ali, essa atribuição nunca tinha sido deles”, afirmou.

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As informações são do repórter Aldo Matos do Acorda Cidade.