Taxa de Homicídios

Coordenador da Polícia Civil rebate pesquisa que aponta Feira de Santana como a cidade mais violenta do Brasil

De acordo com a pesquisa, a posição de uma cidade é definida pela taxa de homicídios para cada 100 mil habitantes.

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Feira de Santana
Yves Correia, delegado coordenador da Polícia Civil em Feira de Santana | Foto: Ed Santos / Acorda Cidade

O delegado Yves Correia rebateu uma pesquisa que aponta Feira de Santana como a cidade mais violenta do Brasil. Os dados, coletados por uma ONG Mexicana, são referentes ao ano de 2024 e foram divulgados pela Revista Exame. A cidade, conhecida como Princesa do Sertão, está na 22ª posição na lista das 50 cidades mais violentas do mundo.

“Quem acompanha o dia a dia da Polícia Civil, no trabalho, nas operações, nesse ciclo operacional constante, percebe a redução clara nos índices de violência, e os dados oficiais da Secretaria de Segurança confirmam isso. Esses são os dados nos quais eu me baseio, porque dessa pesquisa não temos a fonte exata”, disse Yves.

Índices de violência caindo

De acordo com a pesquisa, a posição de uma cidade é definida pela taxa de homicídios para cada 100 mil habitantes. Ao Acorda Cidade, o delegado, que atua como coordenador da Polícia Civil em Feira de Santana, fez questão de ressaltar que não teve acesso aos dados e que o município está vivendo um momento de redução nos índices de violência.

Nos primeiros cinco meses de 2025, o número de homicídios em Feira de Santana caiu 32,43% em relação ao mesmo período no ano anterior. O delegado informou que, no mês de maio, 15 ocorrências do crime foram registradas no município, a menor taxa entre os últimos 10 anos. Para fevereiro, foi a menor registrada nos últimos 15 anos, e em março, a menor dos últimos 20 anos.

“É possível perceber que é uma sequência consistente de redução, não é algo assim ‘ah, foi a sorte de um mês’. Ontem mesmo houve uma grande prisão em São Paulo, de uma liderança criminosa, de uma investigação partindo de Feira de Santana e, por meio da inteligência, alcançando esse indivíduo em São Paulo, junto com as forças integradas de combate ao crime organizado. É um trabalho consistente e dedicado”, disse o delegado.

Margem de erro

O delegado disse que tentou procurar os responsáveis pela pesquisa para tentar entender como a coleta dos dados foi realizada. Yves demonstrou preocupação com a possibilidade de a ONG Mexicana levar em consideração registros de “mortes a esclarecer” ou vítimas de acidentes de trânsito.

Outra preocupação é que os óbitos que ocorrem no Hospital Geral Clériston Andrade (HGCA) estejam sendo contabilizados sem a devida distinção. Apesar de estar localizada em Feira de Santana, a unidade hospitalar recebe pacientes, por meio do sistema de regulação do estado, de 127 municípios da Bahia. O delegado afirmou que a divulgação da pesquisa sem a comprovação da fonte pode trazer prejuízos para a cidade.

“Os empresários que queiram vir para cá acabam não vindo, ou os que já estão, saindo daqui, acreditando em uma pesquisa desse tipo. Eu acho que é muito importante sempre buscar os dados oficiais, os dados da Secretaria de Segurança Pública (SSP), para poder dar a devida resposta. E não ficar buscando qualquer dado sem nenhum fundamento. A gente está buscando qual é a fonte para poder dialogar e entender de onde estão tirando isso”, disse Yves.

Ações da SSP

O Secretário de Segurança Pública do estado da Bahia, Marcelo Werner, esteve na manhã desta terça (3) em Feira de Santana em um evento que lançou dois coletivos do Programa Bahia Pela Paz.

Questionado se ele comentaria a pesquisa da ONG Mexicana, o chefe da Segurança Pública afirmou que não discute pesquisa e que a pasta vem constantemente realizando investimentos na cidade para perpetuar o comportamento de redução na taxa de índice de crimes.

Marcelo Werner, Secretário de Segurança Pública do estado da Bahia
Marcelo Werner, Secretário de Segurança Pública do estado da Bahia | Foto: Ed Santos / Acorda Cidade

“Eu recebo a pesquisa de forma natural, como a gente recebe diversas pesquisas, mas destaco a diminuição que a gente vem apresentando ao longo desses dois anos e meio em Feira de Santana, em especial, neste ano, a partir do trabalho realizado pelas forças de segurança. A gente continua trabalhando com afinco e dedicação. Eu estou falando em nome dos policiais, homens e mulheres, que estão diuturnamente trabalhando para melhorar cada vez mais”.

O Secretário continuou. “Não só em Feira de Santana, a qual a gente destaca, mas, logicamente, em todo o estado da Bahia. A gente vai continuar trabalhando. Sabemos que temos muito a ser feito, mas temos um planejamento e convicção do caminho que tem que ser percorrido para a integração necessária com a comunidade, os órgãos de governo e justiça, na busca pela diminuição da violência, combate às facções e, logicamente, redução dos índices criminais e promoção da paz”.

Com informações do repórter Ed Santos do Acorda Cidade

Reportagem escrita pelo estagiário de jornalismo Jefferson Araújo sob supervisão do jornalista Gabriel Gonçalves

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