Polícia

Condenado por estupro e morte de menina está entre mortos de rebelião

Luzinê foi condenado em março deste ano pela morte criança de 3 anos. Ele foi condenado a 37 anos de prisão e morreu na rebelião de Eunápolis.

Acorda Cidade

Condenado em março deste ano pelo estupro e morte da menina Cloé Muratori Paroli, em 2008, Luzinê de Araújo dos Santos, de 30 anos, está entre os seis detentos mortos por companheiros de ala durante rebelião no Conjunto Penal de Eunápolis, no extremo sul, ocorrida na segunda-feira (28). Os nomes dos internos mortos foram divulgados pela unidade penal na manhã desta terça-feira (29). Veja imagens fortes
 
Segundo a Secretaria Secretaria de Administração Penitenciária (Seap), os detentos mortos tiveram os corpos incendiados pelos líderes da rebelião. Além de Luzinê, também estão entre as vítimas Melk Silva Souza, Glimarin Soriano dos Santos, Geraldo Oliveira de Almeida, Sullivan Santos Marinho e Valdieiro Pereira Silva.
 
Os corpos dos seis presos começaram a ser reconhecidos por familiares nesta terça-feira (29). Até por volta das 11h, um tinha sido liberado do Departamento de Polícia Técnica (DPT) da cidade de Porto Seguro, para onde foram levados para a perícia.
 
Outras sete pessoas ficaram feridas e foram socorridas para o Hospital Regional da cidade. Quatro receberam alta médica e três ainda continuam internados na manhã desta terça.
 
Morte de Cloé
 
Cloé Muratori Paroli, de 3 anos, passava as férias com a família em um condomínio do município de Trancoso, ponto turístico da região de Porto Seguro, quando foi alvo da ação criminosa no dia 4 de dezembro. O suspeito do crime é Luzinê de Araújo dos Santos, 30 anos, que atuava como jardineiro do imóvel onde a a criança estava hospedada.
 
A vítima era brasileira e, até o mês anterior ao crime, morava com os pais na Nova Zelândia. Ela era filha da paulista Luciana de Vasconcelos Macedo Muratori, 37 anos, e do neozolandês Karl Joseph Paroli, 35. Na viagem a Trancoso, a família comemorava a mudança recente e definitiva para o estado de São Paulo. Hoje, sem Cloé Muratori Paroli, os pais decidiram morar na Austrália com outros dois filhos.
 
Na época, Luzinê de Araújo dos Santos confessou para polícia ter praticado o crime que matou a menina mas, três anos depois quando foi ouvido pelo juiz, no Fórum em Porto Seguro, ele negou a autoria da morte.
 
Rebelião
 
A rebelião começou durante uma revista no presídio, procedimento considerado rotineiro. Os internos que estavam no pátio aguardando o fim da revista agrediram os agentes e policiais militares que davam apoio ao procedimento. Com isso, foi solicitado o reforço a Companhia Independente de Policiamento Especializado Mata Atlântica (Caema).
 
Durante a rebelião, a Secretaria de Administração Penitenciária (Seap) também contou com o apoio do 8º Batalhão de Porto Seguro, da 7ª Companhia de Eunápolis, e do 13º Batalhão de Teixeira de Freitas."Cerca de 350 presos quebraram o pátio todo", disse o comandante Cléber Santos da Silva, major da 7ª Companhia Independente de Polícia Militar (CIPM).
 
O subcomandante da 7ª CIPM, Tiago Cruz, disse que, durante a revista, um policial efetuou disparo na perna de um detento. "Para resguardar a integridade física de agentes que tentavam fazer uma revista, o policial efetuou um disparo na perna de um detento", afirmou. A Seap confirma a versão e diz que o tiro atingiu a perna do detento de raspão. O ferimento não foi grave, ele foi atendido e passa bem.
 
Cruz informa que, por volta das 17h30, a rebelião foi contida por cerca de 50 policiais. Ainda de acordo com o subcomandante, a ala onde ocorreu a rebelião foi totalmente destruída e queimada. Ele diz também que os seis presos mortos foram amarrados a colchões e queimados.
De acordo com a SEAP, por conta da total destruição das celas, alguns internos serão transferidos e outros remanejados até que seja feita a reforma da unidade. O Conjunto Penal de Eunápolis possui 587 presos e na ala onde ocorreu a rebelião havia 341 homens.
 
A SEAP também informa que já solicitou a realização da perícia por parte do Departamento de Polícia Técnica (DPT) e registrou a ocorrência na Delegacia de Polícia local para que sejam apuradas as autorias dos homicídios e a tomada de providências legais através do respectivo inquérito policial. As informações são do Correio.