Comandante da 67ª CIPM apresenta panorama da segurança pública nos distritos de Feira de Santana

O comandante da 67ª Companhia Independente da Polícia Militar (CIPM), major Reis, apresentou um panorama da segurança pública sobre os oito distritos de Feira de Santana, área pela qual a companhia é responsável.

De acordo com ele, dos oito distritos que compõem a zona rural de Feira, seis estão há mais de 100 dias sem o registro de Crimes Violentos Letais Intencionais (CVLI). Em Humildes, por exemplo, não há ocorrências desse tipo há mais de quatro meses.
No distrito de Ipuaçu, que estava há 325 dias sem mortes violentas, a contagem foi interrompida após a localização de um corpo em estado de decomposição.

Já em Maria Quitéria, foi registrada uma redução de 14,3% no número de homicídios neste ano. O distrito de Matinha, por sua vez, manteve o mesmo índice de mortes, sem aumento nem redução. Em Tiquaruçu, um feminicídio ocorrido nesta segunda-feira (1°) também interrompeu o número de dias sem registros de crimes contra a vida.

“Os únicos dois distritos que não estamos aí nessa contabilidade corrida, são os de Maria Quitéria e Matinha. Contudo, se a gente observar de modo geral, a área dos distritos, metros quadrados e população, nós entendemos que estamos no caminho certo, fazendo um bom trabalho”, ponderou o major em entrevista ao portal Acorda Cidade.

Ele informou que o foco hoje da 67ª CIPM são esses dois distritos.

Tentativa de latrocínio na Matinha

Sobre a Matinha, major Reis destacou que há um ponto de atenção neste distrito, porque diferentemente dos outros distritos, não houve ainda redução dos índices CVLIs. Ele também relatou a ocorrência do último domingo (31/08), quando um médico oftalmologista foi baleado durante uma tentativa de assalto.

Segundo ele, os suspeitos haviam roubado uma motocicleta no bairro Papagaio e seguiram em direção a Matinha. Durante a fuga, tentaram subtrair outro veículo, ocasião em que o médico tornou-se alvo dos criminosos e durante a ação, ele foi atingido.

Equipes da 67ª CIPM socorreram o médico até um hospital. O estado de saúde dele apresenta evolução positiva. A polícia segue em busca dos autores do crime.

O comandante reconheceu que a extensão territorial e a proximidade da Matinha com a área urbana de Feira dificultam o policiamento. O distrito possui 15 povoados e baixa densidade demográfica.

“A Matinha é um distrito importante. É um distrito que faz limite com a cidade de Feira de Santana, diferentemente, por exemplo, de Bonfim de Feira, Jaguara e Tiquaruçu, que são mais distantes. Ele tem 15 povoados e temos dificuldades com relação ao policiamento em todos esses povoados. A densidade demográfica é muito baixa, mas a área é muito grande. Claro que a gente não pode cruzar os braços com relação a isso e nós estamos indo para cima da criminalidade. Não houve aumento de crimes, mas há essa dificuldade”, explicou o comandante ao Acorda Cidade.

Resultados em Humildes

Sobre Humildes, o major destacou a redução dos índices de homicídio. “Para a população, aparentemente os índices de mortes por lá não tinham uma solução a ser dada, mas a Polícia Militar se empenhou em cima dos números. Chamava a atenção o fato que estava acontecendo e nós passamos a nos empenhar muito com relação à Humildes e houve uma mudança significativa. Houve um tempo em que Humildes representava uma boa parcela dos crimes obtidos aqui na nossa área de responsabilidade. Hoje ele é um percentual ínfimo, não chega a 4% de um todo. Se fizer uma consulta à população, ela mesmo vai dizer qual a sensação que hoje vive o distrito de Humildes”, afirmou.

Paredões

O comandante da 67ª CIPM também abordou durante entrevista ao portal Acorda Cidade, a problemática dos “paredões”, e criticou o envolvimento de autoridades na promoção desses eventos. Estas festas são caracterizadas pelo uso de som automotivos com alto índice de reclamações por poluição sonora e riscos à segurança de seus participantes.

“O paredão é um problema social, eu digo até que nacional. O noticiário, de maneira recorrente, tem noticiado essas faces desagradáveis e o que nos preocupa muito não é o cidadão em si fazendo uso indevido de um aparelho de som. São algumas autoridades que estão promovendo esses eventos.”

O comandante enfatizou que chegaram a um ponto de informar em seus cartazes de cards de divulgação que o evento tem o apoio da Polícia Militar. “A Polícia Militar jamais, jamais irá apoiar um evento dessa natureza. Nós já sabemos os problemas que o paredão acaba gerando, especialmente no tocante à segurança pública. É uma festa desorganizada, não há um controle de quem faz uso de entorpecentes, não se sabe quem está armado naquele local. As músicas fazem apologias à droga, então tem todos os ingredientes para o insucesso”, criticou.

Sobre o assunto o major Reis finalizou com um alerta: “Nós não pactuamos com isso e esperamos aí que essas autoridades que estão promovendo, que a população consiga observar, porque um dia eles vão precisar, inclusive, de obter votos. Então serve aí de um alerta no seu meio de comunicação, alertar a população e ver quem realmente está patrocinando esses eventos.”

Produtividade policial

Sobre a produtividade policial na zona rural de Feira de Santana no mês de agosto, o major Reis afirmou ao Acorda Cidade que houve um aumento de 40% no número de apreensão de arma de fogo no comparativo com o mês anterior.

“Além disso, as prisões em flagrantes aumentaram 166,7%, os adolescentes apreendidos aumentaram em 100% e as pessoas conduzidas à delegacia houve um aumento de 11,8%. São números expressivos. O crime não para, mas a polícia também não para, e nessa caça do bem contra o mal, a gente sabe que o bem sempre há de prevalecer.”

Com informações do repórter Ed Santos do Acorda Cidade

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