Segurança Pública

CICC: tecnologia, integração e resposta rápida reforçam segurança na Micareta de Feira

O CICC é coordenado pela Superintendência de Telecomunicações (Stelecom) e opera de forma adjacente ao já conhecido Cicom.

Centro Integrado de Comando e Controle - cicc
Foto: Ed Santos/Acorda Cidade

Durante os dias de folia da Micareta de Feira de Santana, que teve início na última quinta-feira (1º) e segue até a segunda-feira (5), a cidade passou a contar com um reforço inédito na segurança pública: o funcionamento do Centro Integrado de Comando e Controle (CICC). Instalado de forma piloto no município, o sistema atua de maneira articulada para garantir resposta mais ágil e estratégica a ocorrências durante grandes eventos como a festa momesca.

O CICC é coordenado pela Superintendência de Telecomunicações (Stelecom) e opera de forma adjacente ao já conhecido Cicom (Centro Integrado de Comunicações). Na prática, o sistema une tecnologia de ponta e representantes de diferentes órgãos, estaduais e municipais, em um só espaço físico, garantindo decisões coordenadas em tempo real.

“O CICC é uma doutrina em caráter nacional, mas também utilizado mundialmente, onde reunimos as pessoas, isso é, prepostos das instituições que atuam de forma direta ou indiretamente em grandes eventos ou em operações, para que possam tomar decisões atinentes ao nível tático, ajudando quem está no campo operacional, quem está no terreno, ou mesmo assessorando o nível estratégico ou político” explicou o Major Luiz Henrique ao Acorda Cidade.

A estrutura que opera em Feira de Santana é similar à utilizada em eventos como o Carnaval de Salvador, o São João da Bahia, Eleições e até o Enem. Segundo o major, o diferencial está na integração direta com órgãos como o Samu, Guarda Municipal, Secretaria Estadual da Saúde (Sesab), Neoenergia Coelba, Superintendência Municipal de Trânsito (SMT), Departamento de Polícia Técnica, além das polícias civil e militar.

Centro Integrado de Comando e Controle - cicc
Major Luiz Henrique | Foto: Ed Santos/Acorda Cidade

“Muitas vezes as pessoas imaginam que ligam, por exemplo, 190 e isso cai diretamente no batalhão, não. Cai no Cicom e o Cicom, através das ferramentas tecnológicas, vai identificar qual é a unidade mais próxima para atender aquela ocorrência. Então o Cicom faz essa ligação da sociedade com as forças de segurança. O CICC vai pegar representantes de instituições para que possam tomar decisões em conjunto.”

Operacionalidade e Tecnologia do CICC

Uma das vantagens operacionais é a possibilidade de mobilização rápida em casos críticos. “Se de repente surgir uma ocorrência em que aquelas pessoas que estão atuando precisam de mais recursos, nós vamos identificar e começar a tomar decisões. Se for necessário suporte de ambulância, vamos acionar. Se for helicóptero, será acionado pelo CICC,” explicou.

A tecnologia é outro destaque. Câmeras de segurança da SSP (Secretaria de Segurança Pública), inclusive as da Prefeitura, estão sendo utilizadas com inteligência artificial (IA) para colaborar com o reconhecimento facial. Além disso, o sistema IA permite o georreferenciamento em tempo real das viaturas e de agentes com radiocomunicador, o que agiliza o atendimento nas ruas.

Polícia Militar Bahia na Micareta de Feira
Rafael Rodrigues/ Ascom SSP

A estrutura não substitui o Cicom, mas o complementa com uma dimensão estratégica ampliada do monitoramento. “No Cicom não possuem prepostos de outras instituições. Aqui no CICC estamos trabalhando com integrantes a nível estadual, a nível municipal e links com nível federal,” reforçou o major.

Combate à Desinformação e Expansão do CICC

Ainda segundo o major explicou ao Acorda Cidade, para além da resposta a ocorrências, o CICC também atua no combate à desinformação. O Major Luiz Henrique relembra um episódio durante o Carnaval de Salvador.

“Começaram a surgir no WhatsApp informações de que duas pessoas tinham sido assassinadas atrás de um banheiro químico. Rapidamente as informações começaram a ser levantadas. Era um mal súbito. Eles já estavam sendo atendidos em uma UPA.” Segundo ele, graças ao monitoramento e à troca direta de informações entre os órgãos, foi possível desmentir a fake news com agilidade para não causar pânico na população.

Pela primeira vez em Feira de Santana, o CICC é considerado um marco na expansão dessa estratégia para o interior do estado.

“Evento piloto, expandindo esse conceito do Centro Integral de Comando e Controle para o interior. Tradicionalmente, ele fica na capital, atuando principalmente na Região Metropolitana, mas a ideia é otimizar e trazer para a sociedade o que tiver de melhor, não somente na segurança pública, mas nos demais órgãos para oferecer ao cidadão”, completou o major.

O CICC está localizado ao lado do Cicom, no 1° Batalhão de Ensino, Instrução e Capacitação (Beic), no bairro Campo Limpo.

Com informações do repórter Ed Santos do Acorda Cidade

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