Laiane Cruz
O Centro de Documentação e Estatística da Polícia Civil, de Feira de Santana, registrou apenas um caso de desaparecimento de criança no ano passado no município. Em 2015, foram três as ocorrências envolvendo crianças de 0 a 11 anos. Já o número de adolescentes, entre 12 e 17 anos, desaparecidos em 2016, foram 41. Em contrapartida, em 2015, foram 64 o número de registros envolvendo pessoas nessa faixa etária.
Os números, de acordo com a delegada Dorean dos Reis Soares, estão dentro da normalidade. “Os dados de crianças desaparecidas são os mínimos. Em 2015, foram três crianças, e todas retornaram ao lar. E a gente tem um maior número de adolescentes, de 12 a 17 anos, que são os casos de briga com os pais, ou fogem com namorados, tem uma festa e querem dormir na casa de um amigo, passam um final de semana fora de casa ou uma semana, e é feito o registro, a gente investiga, e assim que se descobre o paradeiro retornam ao seu lar. Então vemos que é dentro da normalidade”, afirmou.
Ela alerta ainda para as notícias falsas publicadas nas redes sociais de que em Feira de Santana existe uma quadrilha responsável pelo sequestro de crianças, que segundo a delegada não existe. Apesar disso, Dorean dos Reis orienta os pais a tomarem alguns cuidados.
“Temos que ter cuidado com nossos filhos, não deixá-los sozinhos na rua ou dentro de casa, fora das vistas, não deixar brincar com estranhos, ensinar a criança a não aceitar comidas, doces ou caronas de pessoas desconhecidas, quando estiver saindo da escola que não pare para conversar com estranhos”, declarou a delegada.
Caso Gabrielly
Acerca do desaparecimento da menina Gabrielly Gomes Santana, de 7 anos, que foi sumiu da porta de casa no dia 21 de janeiro, no residencial Solar da Princesa, no bairro Gabriela, em Feira de Santana, a delegada Dorean dos Reis Soares afirmou que a polícia trabalha com uma linha de investigação, sob sigilo, por tratar-se de uma criança. “Essa investigação é técnica e tem que ser minuciosa. Não podemos acusar ninguém sem provas”.
Um suspeito está preso e, segundo ela, familiares, amigos e vizinhos foram intimados e ouvidos diversas vezes. “A nossa primeira intenção é trazer Gabrielly de volta, e depois encontrar quem desapareceu com a menina. Tenho muita esperança que isso será o mais breve possível”, disse.
Dorean dos Reis falou ainda sobre o aparato policial utilizado durante a investigação e como notícias falsas podem atrapalhar o trabalho da polícia.
“Quando chega uma informação de outra cidade são deslocadas pessoas, escrivão, agentes, para checar a informação. Havia a informação que ela foi vista em Alagoinhas e foi deslocada a equipe para fazer a investigação, disseram que Gabrielly estava em pintadas e foi deslocada uma equipe na cidade, e todas eram falsas. Então eu peço às pessoas que denunciem, mas que seja com responsabilidade, não aquela notícia falsa, plantada para desfocar o trabalho da polícia”, solicitou.
E destaca que pessoas que comunicarem um falso crime, colocando imagens de pessoas inocentes que teriam desaparecido com Gabrielly, podem ser punidas. “A pessoa que calunia e difama pode responder por isso. Quem difunde a imagem de uma criança e de uma pessoa como suposto autor, essa pessoa pode entrar com uma queixa crime”.
As informações são do repórter Aldo Matos do Acorda Cidade.