Polícia

Blitze em horários de pico geram reclamações entre condutores

O coronel da Polícia Militar Luziel Andrade, comandante da Região Leste, afirmou, em entrevista ao Acorda Cidade, que o grande objetivo das blitze é tirar de circulação drogas e armas.

Laiane Cruz

Atualizada às 22h

No início da noite de quinta-feira (26), condutores enfrentaram um longo congestionamento ao trafegarem pela Avenida Maria Quitéria com direção à Avenida Fraga Maia. O transtorno na via foi causado por uma blitz da Polícia Militar, logo na descida do viaduto da Fraga Maia, próximo ao Conjunto Feira V, motivando uma série de reclamações sobre os horários que o órgão escolhe para realizar esse tipo de ação.

Em áudio enviado através do whatsapp do programa Transnotícias, na Transamérica FM 99.5, ancorado por Dilton Coutinho, um condutor considerou o horário da blitz absurdo. Ele trafegava por volta das 18h30 na Maria Quitéria, próximo ao Atacadão Mercantil Rodrigues, e afirmou que o engarrafamento desde aquele local até chegar ao viaduto. “É o horário que saímos do trabalho, muitas vezes cansados. E o governo do estado só quer arrecadar. Deveriam fazer a blitz num horário mais maleável”, reclamou.

Já o ouvinte Thiago Carneiro afirmou que durante as blitze os policiais não fazem averiguação no interior dos veículos, apenas consultam a placa e solicitam a Carteira Nacional de Habilitação (CNH).

O coronel da Polícia Militar Luziel Andrade, comandante da Região Leste, afirmou, em entrevista ao Acorda Cidade, que o grande objetivo das blitze é tirar de circulação drogas e armas. Quando ela é voltada para o trânsito, busca a identificação de veículos que, por algum motivo, estejam com o documento irregular. “Em todas as blitz, quando se aborda para checar a documentação, a polícia também faz a conferência tanto de armas quanto de drogas”.

O coronel negou que as blitze são realizadas com o intuito de arrecadação, como afirmam muitos condutores.

“Quem reclama é quem está errado. Quem compra um carro sabe que tem que ter habilitação, que o carro deve estar licenciado, o seguro obrigatório pago. Quando a polícia faz a apreensão de um veículo é quando existe uma irregularidade dessas. Quando o veículo está regular não existe essa situação”.

Cronograma

Questionado sobre como é feita a escolha dos horários das ações, o coronel Luziel Andrade informou que a Polícia Militar cumpre uma programação, com intercâmbios de horários.

“Não é sempre no mesmo horário, nem é sempre no mesmo lugar. As pessoas podem estar reclamando porque viveram essa situação em algum momento, mas não é rotineira. O Asa Branca, por exemplo, quando faz a blitz, cumpre uma programação que é mensal. Mas é claro que quando a gente faz uma blitz, tem o estudo dos trevos de maior circulação. Existe um propósito”.

Outra orientação passada aos policiais, segundo o comandante, é que evitem a formação de congestionamentos.

“Por exemplo, quando tem crianças no carro, mulheres, pessoas idosas, a gente tem orientação de adiantar nesses casos. Agora acontece, às vezes, de a polícia fazer uma abordagem no veículo e carecer de uma averiguação maior e compromete os outros que estão na fila. O trabalho da polícia não pode parar porque é cômodo para alguém. Se não desse resultado, nós não estaríamos aumentando o número de armas apreendidas e a quantidade de drogas que são apreendidas”, ressaltou.

Ele acrescentou ainda que durante as blitze os policiais, ao perceberem o engarrafamento, devem fazer a averiguação por amostragem e não parar todos os veículos. “A orientação é essa: que não force muito o engarrafamento”.
 

Com informações do repórter Ed Santos do Acorda Cidade.