Acorda Cidade
No dia 4 de setembro passado, por volta das 20h30, após um culto religioso na Igreja Assembleia de Deus Betel, localizada na rua D, número 17, no Conjunto Residencial Feira VI, em Feira de Santana, o comerciante Crispiniano de Oliveira fechava as portas do espaço religioso, quando três homens chegaram em duas motocicletas e, portando armas, anunciaram o assalto.
Toda a verba oferecida pelos 35 fiéis que estiveram no local foi levada. Desde essa data o templo permanece fechado. Esse é apenas um dos casos de assaltos que acontecem com frequência no bairro. As vítimas não registram queixas (alegaram a distância da delegacia especializada e a burocracia para fazerem o registro ), mas entre os moradores é esse um dos principais assuntos atuais nas redes sociais e até mesmo nas rodas de bate-papo das esquinas, bares e de outros estabelecimentos comerciais da localidade.
“Eles chegam naturalmente, com ou sem capacetes e tomam o celular e outros pertences”, disse uma das vítimas que não quis se identificar, em entrevista ao Jornal Digaí.
Segundo Crispiniano, arrombamentos e assaltos acontecem com frequência no Feira VI, e mesmo tendo muitos policiais militares morando no bairro, eles [bandidos] não respeitam e parecem desafiar a lei. Segundo ele, outros fatores que contribuem muito com as ações dos marginais é a precária iluminação do bairro, acúmulo de lixo e alguns trailers desativados. “Tenho certeza de que isso facilita as ações criminosas”, afirmou.
Mulheres, crianças e adolescentes são as principais vítimas. Relatos nas redes sociais dão conta de que, na maioria das ações, esse tipo de crime é praticado por pessoas utilizando motocicletas – o que facilita a fuga.
O militar da reserva Edson da Silva Mendes acredita que policiais utilizando motos no bairro ajudaria a inibir as ações dos criminosos. “As ruas são estreitas e facilita a fuga dos bandidos que normalmente agem pilotando motos.
Em outubro passado, quando jovens assistiam a uma partida de futebol em um salão do bairro, cinco homens chegaram portando armas e levaram os celulares de todos. “Para mim a ação dos bandidos não é motivada pela falta de policiamento, e sim, uma questão de Leis. A Polícia prende e a justiça solta. Ou seja, a PM está enxugando gelo e isso serve como um incentivo para os marginais”, lembrou o cabeleireiro Edmar dos Santos, proprietário do salão onde ocorreu a ação criminosa.
De acordo com informações nas redes sociais e das próprias vítimas pelo menos dez roubos aconteceram na última semana em ruas do bairro.
Para André Felipe, motorista de vans, a falta de representantes políticos na comunidade, contribui muito com o descaso existente em todos segmentos. "Aqui não temos muitos votos, já que a maioria dos moradores são estudantes da Universidades Estadual de Feira de Santana e que vêm de outras cidades. No período eleitoral eles retornam para as suas origens para escolherem os seus representantes políticos. Se não há votos, não há ações que venham beneficiar os munícipes. Vejo por esse ângulo”, disse.
Procurado para se pronunciar sobre o assunto, o comando da 65ª CIPM – Companhia Independente da Polícia Militar , localizado no bairro do Sobradinho, e que faz o policiamento do Conjunto e adjacências, disse estar fazendo sua parte. “Em 2017 foram apreendidas 68 armas de fogo. Em dezembro de 2017 apreendemos mais de 100. Estamos trabalhando incansavelmente, mas alertamos para que a população fique atenta para qualquer ação suspeita. Nós não conseguimos está monitorando toda a cidade ao mesmo tempo, pedimos para que os moradores fiquem atentos, não facilitem o uso dos celulares nas vias públicas e se perceber qualquer ação suspeita procure a polícia".
Disque denúncia: 98163-3949