A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) informou que remeteu nesta segunda-feira (14) para a Polícia Federal o remédio abortivo Cytotec. Desde 1998, a venda do Cytotec no Brasil só é permitida para hospitais. O produto foi encontrado por meio do Orkut e fez contato com a vendedora pelo MSN. O material foi entregue à Anvisa. O Cytotec é um dos nomes comerciais do misoprostol, uma substância abortiva. Nos hospitais, serve para induzir o parto em mulheres com dificuldades para ter dilatação e para expulsar fetos presos no útero após abortos naturais.
O chefe de inteligência da Anvisa, Adilson Batista Bezerra, disse que analisou os materiais entregues pela reportagem. Em uma análise preliminar disse se tratar do Cytotec italiano.
"Vamos analisar para saber se foi contrabandeado da Itália ou se é o Cytotec que traz a marca do italiano, mas é fabricado no Paraguai falso." Segundo Bezerra, a Anvisa já apreendeu em outras ocasiões Cytotec italiano falsificado, mas que tinha o misoprostol como princípio ativo.
O documento que remeteu o caso para investigação da PF foi assinado nesta segunda, disse o chefe de inteligência. "Mandamos para Polícia Federal para abertura de inquérito e vamos monitorar os sites para tentar localizar essas pessoas", disse Bezerra, que é um delegado da PF cedido à Anvisa.
Para comprar o remédio, a reportagem manteve contato por dois dias com uma pessoa que dizia vender o medicamento. O valor era de R$ 370 por quatro comprimidos de Cytotec e um de mifepristone, outro abortivo. Na quarta-feira, dia 18, o depósito foi realizado. No sábado, dia 21, o medicamento foi entregue pelo correio. Em uma caixa plástica de CD vieram quatro comprimidos de Cytotec e um quinto que não pôde ser identificado – a palavra na embalagem recortada termina em "ida".
De acordo com Bezerra, em análise preliminar, os técnicos da Anvisa informaram que pode se tratar de hidroclorodiazida, medicamento para pressão. "O Cytotec retém líquido e esse medicamento é diurético, retira líquido do corpo."
Segundo o chefe de inteligência, somente a perícia da PF é que comprovará a origem dos remédios. Atualmente, uma única empresa brasileira detém autorização do governo federal para fabricar e comercializar o misoprostol no país. Segundo médicos, o uso do misoprostol sem supervisão médica pode levar à morte de quem consome, uma vez que pode provocar forte hemorragia.
Me contorcia muito e chegava a gritar, diz adolescente que abortou.
Informações do G1