Adolescente que furtou R$ 5,6 mil do avô para jogar online deve passar por tratamento psicológico

Uma adolescente de Feira de Santana, que furtou R$ 5,6 mil da conta do avô para jogar online, deverá passar por tratamento psicológico, segundo informou a delegada Ludmila Vilas Boas, que responde pela 2ª Delegacia de Polícia. A delegada esclareceu ao Acorda Cidade que, mesmo tendo subtraído o dinheiro de um parente, a jovem cometeu o crime de furto.

“A jovem foi encaminhada para a Delegacia para o Adolescente Infrator (DAI), onde foi ouvida e liberada, já que não houve flagrante. Ela responderá perante a Justiça comum, na Vara da Infância e Juventude”, explicou Ludmila.

Ainda de acordo com a delegada, foram percebidos indícios de possíveis problemas psicológicos e psiquiátricos da jovem relacionados ao vício em jogos. Por isso, ela foi orientada a buscar os serviços de saúde mental do município.

“Essa situação serve de alerta para os pais monitorarem a vida digital de seus filhos, principalmente em jogos interativos. Essa jovem vive uma realidade completamente dissociada de sua condição financeira, vinda de uma família de classe média baixa. Por isso, a orientação por ajuda psicológica”, acrescentou.

Como a polícia descobriu o furto

De acordo com a delegada, o avô da adolescente procurou a polícia para registrar uma queixa, acreditando inicialmente que havia sido vítima de um golpe virtual. Durante as investigações, a polícia encontrou duas transferências suspeitas, que somadas alcançavam o valor de R$ 5.600. As transações estavam endereçadas a um jovem no estado de Minas Gerais.

“Nós identificamos esse rapaz, investigamos o trânsito dos recursos desde a conta do idoso até a conta do destinatário, e foi possível determinar que as transferências foram feitas pela neta do idoso. Ele confiava nela para realizar pagamentos e transferências, já que, apesar de alfabetizado, tinha pouco conhecimento sobre tecnologia”, relatou.

A delegada Ludmila Vilas Boas destacou que foi a própria adolescente quem informou ao avô sobre a falta do valor na conta, que seria utilizado para pagamento de uma prestação.

“Era um dinheiro que o avô estava juntando para pagar a prestação de um imóvel que havia adquirido. No momento de realizar o pagamento, ele pediu que a neta fizesse a transferência. Foi então que ela avisou que o dinheiro não estava na conta na sua totalidade e relatou as duas transferências anteriores”, explicou.

Conduzida à delegacia, a jovem inicialmente negou envolvimento no crime, mas, diante das provas apresentadas pela polícia, acabou confessando.

“Ela relatou que havia entrado em contato com um amigo virtual em Minas Gerais, que ela conheceu no jogo Roblox. Esse amigo recebeu os recursos e os converteu em moedas digitais do jogo, que foram usadas por ela. Ela realizou uma engenharia, junto com o rapaz, para transformar esses recursos e comprou roupas e personagens”, informou a delegada.

Alerta para pais e responsáveis

A delegada Ludmila Vilas-Boas ressaltou a importância de os pais e responsáveis monitorarem a vida digital de adolescentes e evitarem que eles tenham acesso a contas bancárias e cartões de crédito.

“Não se deve confiar senhas, contas bancárias ou altos valores de dinheiro a adolescentes, que ainda estão em processo de formação. Nesse caso, a jovem foi induzida ao erro pelo vício no jogo. É fundamental que os pais tomem cuidado, principalmente com cartões de crédito cadastrados em aplicativos ou acessíveis aos filhos”, alertou.

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Com informações do repórter Ed Santos do Acorda Cidade

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