Daniela Cardoso
Os acusados de matar o empresário Gil Marques Porto Neto, 32 anos, foram interrogados na terça-feira (26) na sala de audiência da Vara do Júri Execuções Penais, no Fórum Filinto Bastos, pela juíza Kátia Regina Cunha Mendes. O interrogatório começou às 9h e terminou por volta das 17h30. Trabalharam na audiência os promotores de justiça Leandro Marques Meira e Marcos Pontes de Souza.
O empresário foi assassinado no dia 21 de maio do ano passado quando passava de carro pelo Largo São Francisco no bairro Kalilândia. Dois homens em uma moto deflagraram cerca de sete tiros. A Polícia Civil de Feira de Santana trabalhou nas investigações e elucidou o crime. Segundo a polícia, os acusados Gregório dos Santos Teles, o policial militar Ailton Nascimento da Silva e Eliomar Alexandre Rosa Nunes, conhecido ‘Bunda Branca’, são acusados de terem matado o empresário.
Na defesa dos acusados Gregório dos Santos e Ailton Nascimento, trabalharam os advogados Péricles Novais Filho e André Novais. Na defesa do Eliomar Alexandre, trabalhou o advogado Bender Nascimento.
O advogado Péricles Novais destacou que os depoimentos foram bem contundentes em mostrar a inocência dos acusados. O advogado defende que a única prova que o Ministério Público tem é um laudo confeccionado por um policial civil, que, segundo ele, não é perito técnico.
“Eliomar é amigo do cabo Ailton, inclusive ajudou ele em algumas investigações policiais que foram realizadas em Feira de Santana. Tinha em comum uma sociedade entre a esposa de Ailton e a esposa de Eliomar em uma empresa de ar condicionados e no dia do fato, eles não se falaram pessoalmente. Somente por telefone, como em dias anteriores ao fato. Gregório afirma que não foi o mentor do crime, como está sendo acusado e que apenas aproveitaram o fato de ele ter discutido com Gil por conta de um terreno, e colocaram a culpa nele”, afirmou.
Péricles Novais informou que a juíza, com o apoio do Ministério Público, deferiu que as operadoras de telefonia mandem um relatório das ERBs Estações Rádio-Base para provar a localização dos acusados no dia do crime. “Se coincidir com o que está no laudo, tudo bem. Mas se não coincidir só vai demonstrar o que a defesa entende: que o laudo foi confeccionado apenas com o intuito de prejudicar os acusados”, afirmou.
O advogado Bender Nascimento, que defende Eliomar Alexandre, afirmou que ele foi bastante contundente nos depoimentos em negar a autoria ou participação no crime. Segundo o advogado, Eliomar está passando por momentos de dificuldade e recebeu com surpresa as acusações.
“Ele não teria motivação nenhuma para ceifar a vida desse empresário. O Eliomar é uma pessoa de poucos recursos, poucas letras, que nunca teve participação em grilagem ou compra e venda de terrenos”, afirmou.
Sobre a acusação de que Eliomar teria participado da morte do guarda municipal Marcos Vinicius e de outras sete pessoas durante a greve da Polícia Militar, o advogado afirmou que assim como já está provado que Eliomar não praticou o crime contra Marcus Vinicius, também será provado que ele não tem participação nos outros crimes dos quais está sendo acusado.