Polícia

Acusados de estuprar jovem prestam depoimento: 'Não passou de uma brincadeira', disseram

De acordo com a delegada Milena Calmon, os acusados disseram que queriam zombar da vítima.

Rachel Pinto

Doze pessoas acusadas de terem estuprado um jovem com deficiência intelectual, no distrito de Matinha em Feira de Santana, no dia 30 de janeiro, foram ouvidas nesta terça-feira (16) pela Polícia Civil. A Delegada Milena Calmon, titular da Delegacia para o Adolescente Infrator (DAI), que acompanha o caso, disse que dentre os acusados foram identificadas a participação de duas pessoas no crime; uma menor de idade e outra pessoa maior.

Ela informou que durante os depoimentos os acusados negaram a participação no estupro e alegaram somente a participação na festa, onde houve uso de muitas bebidas alcoólicas, inclusive pela vítima que ficou embriagada. De acordo com Milena, os acusados disseram que tudo não passou de uma brincadeira de mau gosto com o objetivo de zombar da vítima.

“Em relação às acusações sobre o estupro eles negam e disseram que fizeram uma brincadeira para que desse a entender de que haviam abusado sexualmente da vítima. Eles teriam pegado preservativos que estavam no bolso da própria vítima e espalhado por cima dela. No momento em que ela dormia fizeram um vídeo falando sobre o acontecido. Alegaram que nenhum tipo de abuso aconteceu e que apenas toda aquela cena não passou de uma brincadeira”, contou.

A delegada informou que a vítima foi submetida a exames no Departamento de Polícia Técnica (DPT) e que por tratar-se de um laudo completo o resultado é um pouco demorado. Segundo ela, o resultado dos exames serão as provas cabais para comprovar se realmente houve o estupro ou não. “Esse documento é a prova cabal de todas essas alegações, principalmente da vítima que aponta categoricamente que foi estuprado por 12 pessoas”, disse.

Caso o resultado do laudo dê positivo, as pessoas acusadas de praticarem o estupro serão indiciadas. Milena Calmon disse que após estas provas vai verificar a necessidade de acareações ou novas oitivas com o os envolvidos no crime.

“O laudo é a prova material do que foi dito pela vítima. Porque certamente se ele foi abusado da forma que diz, onde afirma ter sentido muitas dores, com certeza o laudo vai apontar para essas agressões. O laudo positivo, certamente as duas pessoas apontadas serão indiciadas. Se for necessário vamos intimar novamente, fazer acareações e novas oitivas para que fique claro a forma que aconteceu e o motivo do crime”.

Ela destacou ainda, que é necessária muita cautela e atenção no decorrer das investigações, principalmente porque o crime ocorreu em uma festa que teve o uso de bebidas alcoólicas.

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Com informações do repórter Aldo Matos do Acorda Cidade.