Rachel Pinto
Foi realizado na quinta-feira (7), no Fórum Desembargador Filinto Bastos em Feira de Santana, o julgamento de Girlande Venância Leite, de 40 anos, acusada de matar no dia 25 de junho 2016 a doméstica Gleith de Almeida Gaudência Silva Araújo, de 35 anos, na, Expansão do Conjunto Feira IX. Girlande assasinou Gleith com um golpe de faca no pescoço porque descobriu que a vítima tinha um relacionamento com o seu ex-marido Deivid Carvalho dos Santos. O crime aconteceu na frente do filho de Gleith, de apenas 4 anos de idade.
A ré foi condenada a 13 anos e 6 meses de prisão. Participaram do júri a juíza Márcia Simões Costa, a promotora Semiana Cardoso e a defensora pública Flávia Apolônio.
Segundo a promotora Semiana Carsdoso, a vítima não sabia que Deivid Carvalho dos Santos era casado.
“Como a vítima não sabia que o seu namorado era casado eu não temia, eu acreditava que trazendo os fatos realmente da forma como aconteceram eu convenceria essas quatro mulheres do Conselho de Sentença a condená-la. No entendimento do Ministério Público foi uma pena devida”, afirmou.
A defensora pública Flávia Apolônio distribuiu rosas vermelhas para o corpo de jurados e para a ré durante o julgamento. Segundo a promotora, embora a defensora quisesse demonstrar doçura o gesto, o MP entendeu que o crime apresentado no júri foi considerado grave.
“Um crime bárbaro, deixou duas crianças órfãs e a vítima teve sua via ceifada sem nenhuma oportunidade de defesa e o MP não poderia deixar de rechaçar esse gesto e de alertar aos jurados que aquelas rosas não podia significar o perdão. A ré merecia sim uma punição pelo crime que cometeu. O MP sai satisfeito com a pena, entende que foi uma decisão acertada”, acrescentou.
A defensora pública Flávia Apolônio relatou que esperava um resultado melhor e vai recorrer da decisão do júri. Ela explicou que levou as rosas "para simbolizar o feminino" e que sempre buscar apresentar elementos que possam fortalecer os seus argumentos.
“Eu esperava um resultado melhor até por conta do histórico de vida da ré. Uma mulher sofrida, que passou por muita violência e sofrimento, perdeu o filho jovem, foi traída, pelo marido com a vítima, quase morreu e sentou no banco dos réus em razão da proteção da própria vida. O conselho decidiu de qualquer forma optar pela vida da outra mulher. Vou pedir a anulação para que a legítima defesa seja acolhida em um novo julgamento. Acredito na possibilidade de redução da pena”, concluiu.
Com informações do repórter Aldo Matos do Acorda Cidade.