Adeus Velho Lobo

Zagallo é enterrado no Rio com diversas homenagens

O corpo do Velho Lobo foi enterrado no Cemitério São João Batista, em Botafogo. Zagallo morreu na sexta (5), aos 92 anos.

07/01/2024 às 20h52, Por Acorda Cidade

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enterro de Zagallo no Rio ft Raoni Alves g1
Foto: Raoni Alves/g1

O corpo de Mário Jorge Lobo Zagallo foi enterrado neste domingo (7), no Cemitério São João Batista, em Botafogo, no Rio de Janeiro. O ex-jogador e ex-técnico morreu na noite de sexta-feira (5), aos 92 anos, de falência múltipla dos órgãos. Ele estava internado desde o fim de dezembro em um hospital no Rio.

O velório, que ocorreu na sede da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio, começou às 9h30 deste domingo e ficou aberto ao público até as 14h.

Depois, Zagallo foi transportado em um carro do Corpo de Bombeiros até o cemitério, onde foi recebido com aplausos.

enterro de Zagallo no Rio ft Raoni Alves g1
Foto: Raoni Alves/g1

Velório

O corpo do Velho Lobo foi velado ao lado das cinco taças de Copas do Mundo que o Brasil venceu (Zagallo teve participação em quatro delas) e da estátua de cera que o museu da CBF fez em sua homenagem em 2022. Esta foi a primeira vez que a estátua de Zagallo ficou exposta ao público.

As cinco taças de Copa do Mundo conquistadas pelo Brasil ft Suelen Bastosg1
Foto: Suelen Bastos/G1

Entre os atletas e autoridades que passaram pelo velório para prestar homenagens, estão Tite, ex-treinador da seleção brasileira e atual técnico do Flamengo, o ex-jogador Grafite e os campeões mundiais Cafu, Zinho, Bebeto, Jorginho e Mauro Silva. Marcos Braz, dirigente do Flamengo, e Mario Bittencourt, presidente do Fluminense, também comparecem ao velório.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o ex-presidente da CBF, Ricardo Teixeira, e o técnico do tetra, Carlos Alberto Parreira, enviaram coroas de flores para prestar condolências à família.

Cafu, capitão da seleção brasileira pentacampeã do mundo em 2002, contou como era o Velho Lobo nos bastidores.

“O Zagallo cobrava quando tinha que cobrar, era paizão quando tinha que ser paizão, era amigo quando tinha que ser amigo e era treinador quando tinha que ser treinador. Era um treinador que era respeitado, e isso que era o mais importante”, afirmou o lateral.
“Quando você tem respeito do grupo, a tendência é fazer o que fizemos, conquistar títulos e fazer com que o Zagallo seja reconhecido e conhecido da maneira que tem que ser, como um herói brasileiro.”

bebeto no enterro de zagallo ft estadão
Foto: Alexandre Brum/Estadão

O ex-jogador Bebeto comparece ao velório do ex-técnico e ex-jogador da seleção brasileira Mario Jorge Lobo Zagallo, na sede da CBF (Confederação Brasileira de Futebol), na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio, neste domingo (7).

Emocionado, o atacante Bebeto, um dos destaques do tetra em 1994, declarou: “Toda a minha história como jogador de futebol e como homem, eu tive ele como referência. Ele foi o meu segundo pai. Ele transcende o futebol. Temos um amor muito grande pela família dele”.

O goleiro Gilmar Rinaldi, um dos reservas de 1994, relembrou o amor do Velho Lobo pela seleção (veja vídeo abaixo). “Ninguém amou mais essa camisa do que ele. A gente tem que pensar isso pra sempre e, quem sabe, esteja na hora de repensar e voltar a esse estilo. Essa camisa tem um peso, e ele deu como ninguém”.

‘Ele sabia conduzir muito bem os jogadores’, diz Gilmar sobre Zagallo.

Ednaldo Rodrigues, presidente da CBF, comentou sobre a importância de Zagallo para a Seleção. “Que os atletas possam resgatar o trabalho que Zagallo desenvolveu e se inspirem nele. Saber que a camisa da seleção tem que ser honrada, abençoada e ser defendida”.

enterro de Zagallo no Rio ft Raoni Alves g1
Foto: Suelen Bastos/g1

Para Juan Silveira dos Santos, da comissão técnica do Flamengo, Zagallo era sinônimo de seleção brasileira.

“O futebol brasileiro perde uma lenda. Em termos de seleção brasileira, ele é a história da seleção. Ele viveu intensamente a seleção. A imagem dele é ligada a imagem vitoriosa da seleção”.
Durante o velório, Rodrigo Paiva, diretor de comunicação da CBF, passou mal e desmaiou. Ele foi levado para a ambulância no local e, segundo os socorristas, está bem.

Carreira

Zagallo nasceu em Alagoas e foi para o Rio de Janeiro aos 8 meses de vida. Foi morar na Tijuca, bairro da Zona Norte, com o qual desenvolveu uma relação próxima durante toda a vida.

Zagallo
Foto: Lucas Figueiredo/CBF

Das peladas no Maracanã – antes mesmo da inauguração do estádio –, Zagallo passou pelas categorias de base do América, que tinha sede na Tijuca, antes de ir para o Flamengo.

Aos 18 anos, foi convocado para servir o Exército e deu início à sua relação com copas do mundo. Começou com um revés. Fez a segurança das arquibancadas do Maracanã na derrota do Brasil para o Uruguai na final da Copa de 1950. Foi testemunha, portanto, do fatídico Maracanazzo.

Tornou-se jogador profissional como ponta-esquerda e foi tricampeão carioca pelo Flamengo, de 1953 a 1955.

Em 1958, conquistou junto com a seleção brasileira a primeira Copa do Mundo da história do país, com direito a gol na final contra a Suécia (5 a 2). Era apelidado de Formiguinha, por correr muito e ajudar na marcação do meio-campo – algo raro para atacantes à época.

Quatro anos depois, já como atleta campeão pelo Botafogo, foi bicampeão mundial com a seleção como jogador na Copa da 62.

Em 1964, se aposenta como jogador e começa a carreira de treinador, começando pelo Botafogo.

Meses antes da Copa de 70, assume a seleção no lugar de João Saldanha. Acabou comandando Pelé e companhia para o tricampeonato mundial. Para muitos, foi a melhor seleção de todos os tempos.

O tetra veio em 1994. Como coordenador técnico de Carlos Alberto Parreira, Zagallo participou da campanha na Copa dos Estados Unidos.

Por pouco, não foi penta: como técnico da seleção, chegou à final da Copa de 1998, mas a equipe foi derrotada pela França de Zidane.

O visual do Zagallo treinador de 1998, aliás, foi o escolhido para a homenagem no Museu da Seleção, na sede da CBF, no Rio. No ano passado, o Velho Lobo foi conferir – e aprovou – seu boneco de cera.

Zagallo ainda foi treinador no Rio dos outros três times grandes (Flamengo, Vasco e Fluminense) e do Bangu, além das seleções de Kwait, Emirados Árabes e Arábia Saudita – onde também comandou o Al Hilal, o atual time de Neymar.

‘Vão ter que me engolir!’

Em 1997, ao vencer a Copa América, Zagallo disparou uma de suas frases célebres, em ataque aos críticos da seleção: “Vocês vão ter que me engolir”.

As brincadeiras com o número 13 eram rotineiras. Quando tinha a oportunidade de citar uma frase com 13 letras, não perdia a chance.

Também usou a contagem para incentivar a população a tomar vacina contra a Covid em 2021: “Dose de reforço tem 13 letras”.

“O 13 veio aliado à minha esposa, quer era devota de Santo Antônio [celebrado em 13 de junho], sinônimo de fé”, dizia.

Treze também foi o dia em que se casou com a mulher, Alcina, que também fazia aniversário no dia 13. Também é “31” ao contrário – ano de nascimento de Zagallo.

Fonte: G1

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  1. Tinha que ser 13????? Isto agora não importa mais. Será julgado pelos seus atos quando chegar a hora, e só Deus poderá julgar. O que acho errado, a meu ver, é veículos oficiais e Policiais a serviço de transporte de féretro, seja de qualquer pessoa, principalmente “famosos”, usando dinheiro público pago pelo trabalhador brasileiro que são os verdadeiros heróis deste Brasil. Herói é o que junta um 💸 a semana toda pra assistir o futebol ou ir a um “show” de seu “artista”, sem falar da péssima qualidade da maioria destes “espetáculos” MÁS…tem quem goste. Antes de ofender, pense nisto.

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