CPI da Saúde

Vereador diz que secretário de saúde apresentou contradições em CPI e venda do HTO por 17 mil reais

O secretário Marcelo Britto foi o segundo depoente ouvido hoje na CPI, e terá que retornar à Câmara na próxima terça-feira (12), às 16h, para um novo depoimento.

08/04/2022 às 16h01, Por Laiane Cruz

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Laiane Cruz

O vereador Ivamberg Lima, que preside os trabalhos da CPI da Saúde, na Câmara de Vereadores de Feira de Santana, afirmou que as declarações do secretário de saúde do município, Marcelo Brito, apresentaram contradições durante a oitiva.

O secretário Marcelo Brito foi o segundo depoente ouvido hoje na CPI, e terá que retornar à Câmara na próxima terça-feira (12), às 16h, para um novo depoimento.

Em entrevista ao Acorda Cidade, o vereador Ivamberg Lima afirmou que, ao ser questionado sobre os funcionários contratados pela secretaria de saúde e pagos com recursos do Fundo Municipal de Saúde, mas que estavam em desvio de função, exercendo papéis em outras áreas da prefeitura, o secretário Marcelo Britto criou cenários fantasiosos.

Foto: Ed Santos/ Acorda Cidade

“Ele, sempre eloquente, responde às perguntas contextualizando sempre, mas há várias contradições. E quando a gente perguntou pelos funcionários alocados, que são pagos pelo Fundo Municipal de Saúde, e que estavam em outras secretarias, outros locais, ele começa então a devanear, cria um cenário na cabeça dizendo que a Guarda Municipal tem a ver com a saúde, que a educação tem a ver com a saúde, e o que ele diria de um auxiliar de serviços gerais trabalhando em uma empresa de asfalto? Isso tem a ver com a saúde? Então todas essas irregularidades que a gente encontrou nos documentos que ele mesmo mandou foram aqui exploradas”, informou o vereador.

Outro questionado feito ao secretário de saúde foi com relação à venda do Hospital HTO para familiares, pelo valor de R$ 17 mil.

“E a questão do escândalo dessa venda do HTO, que a gente viu que tem coisas erradas, estamos solicitando a quebra de sigilo bancários das pessoas envolvidas para que a gente possa verificar se a venda foi por R$ 17 mil mesmo ao invés dos R$ 15 milhões que ele disse que vale o hospital. O que acontece é que a gente precisa saber se ele vendeu efetivamente ou se durante o tempo em que se tornou secretário permaneceu como proprietário do HTO, uma vez que o hospital tem contrato direto com a Secretaria de Saúde e isso não pode. A investigação inicial veio com esse norte, além da questão dos valores, que são muito baixos para o que realmente vale. E ele falou ainda, e vamos questionar na próxima terça, por que a CPI foi a causa do descredenciamento do SUS no HTO, uma coisa que ele vai ter que responder e qual a linha de raciocínio.”

Foto: Ed Santos/ Acorda Cidade

Também em entrevista ao Acorda Cidade, o secretário de saúde Marcelo Britto, afirmou que respondeu a todas as peguntas e que está aberto a novos questionamentos na próxima terça-feira.

“Participamos e todas as perguntas foram respondidas e quaisquer outras que fizeram. Na próxima terça-feira, eu volto de novo. O que pode acontecer é ter perguntas que eu não sei responder e eu vou ter que pedir um prazo para verificar, mas todas as outras a gente respondeu. Esse é o aspecto democrático, a forma que a gente tem de dar sequência. Fico triste quando vem acusação, ofensas e falta de educação. Fora isso, mesmo os vereadores da oposição perguntaram de forma tranquila, tiraram suas dúvidas. Podem até não ter concordado com o que eu respondi, mas não estou aqui para convencer ninguém, e sim para responder a verdade”, destacou.

Quanto à venda do HTO ter sido feita à tia da esposa dele, o secretário de saúde confirmou a informação e alegou que o hospital, que vale milhões, tinha dívidas que se aproximavam dos valores dos bens.

“Sim, está confirmado. Vale milhões, mas e o passivo é de quanto? Ninguém compra apenas o valor do imóvel. A pessoa quando compra uma empresa carrega as dívidas que ela tem. Se a dívida se aproxima do valor do ativo, é isso que vale. No momento em que recebi o convite para ser secretário, iniciei o processo de venda do hospital e Dona Maria José disse que compraria. Vendemos sim pelo valor citado. O hospital tem vários imóveis. Tenho um ativo, que são os imóveis, utensílios e equipamentos da unidade, e tenho outro valor que se chama de intangível, que é o nome da instituição e carteira de convênios, e por outro lado, temos outros valores, que chamados de passivo, como empréstimos bancários, ações trabalhistas, outra gama de fatores. E na hora que fizemos esse levantamento, o hospital praticamente encontrava-se no zero a zero, porque no tipo de serviço que presta há uma dificuldade natural do mercado. Então, naquele momento, foi vendido assim a esse preço. Como ela não tinha relacionamento com a Secretaria de Saúde, não houve nenhum impedimento”, justificou o secretário.

Sobre a possível indicação de profissionais para cargos com salários entre 8 e 20 mil reais dentro da Secretaria de Saúde, o secretário sustentou que não há ilegalidade nesta situação.

“O secretário é frequentemente perguntado, tanto pela iniciativa privada quanto pelo poder público sobre pessoas competentes que possam ocupar determinados cargos e admito que faço isso com bastante frequência, mas significativamente na iniciativa privada. Hospitais de Salvador com frequência me ligam, assim como pessoas com boa qualificação e que deixaram determinada função. Indicação não há nenhum problema. Isso não significa que essas pessoas serão contratadas, não há ilegalidade, nem imoralidade e nem é antiético.”

Durante a oitiva, o secretário Marcelo Britto disse ainda que não há irregularidade praticadas por funcionários da secretaria que atuam em casa. E que isso só ocorre se houver desvio de função, porém não confirmou se tinha conhecimento da irregularidade em sua gestão.

“Se ele está trabalhando para a saúde, pode trabalhar em qualquer lugar, inclusive em casa. Agora se ele está em outro lugar e não está exercendo papel na saúde, isso é irregular e não pode acontecer”, limitou-se a dizer.

 

Com informações do repórter Ed Santos do Acorda Cidade.

 

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