Feira de Santana
Terceirizados da saúde em Feira continuam sem receber salários em dia e denunciam falta de materiais básicos
Questionado acerca dos atrasos no pagamento dos salários dos servidores, o secretário de saúde do município, Marcelo Britto, justificou que as empresas que mantém contratos com a prefeitura é que têm a responsabilidade de efetuar os pagamentos.
18/01/2022 às 14h03, Por Laiane Cruz
Laiane Cruz
Ano Novo, problemas velhos. Trabalhadores terceirizados da Secretaria de Saúde continuam enfrentando dificuldades para receber os salários em dia. A nova empresa contratada de forma emergencial pela prefeitura, a Fundação ADM, que administra algumas unidades de saúde do município, não efetuou o pagamento dos funcionários, que afirmam não terem previsão de receber.
Terceirizados ouvidos pelo Acorda Cidade relatam que alguns estão sem dinheiro até para pagar o transporte para trabalhar, além de não terem condições de pagar as contas pessoais.
“Sou funcionária da empresa ADM. Estou recorrendo ao Acorda cidade, já que não tem mais para onde a gente recorrer. A gente trabalha certinho, trabalha na área de saúde e não é reconhecido. Quando você liga para a empresa, ela fala que não tem previsão, não sabe informar. Aí a gente fica sem saber como é que a gente faz. Porque se a gente aguarda em casa o pagamento a gente corre o risco de ser demitido e se trabalhar você não tem dinheiro para o transporte e alimentação. É complicado. Queria uma resposta do prefeito, do secretário. Como é que fica, são dois meses de atraso?”, relatou uma funcionária, que não quis se identificar.
Outra contratada da empresa afirmou que, além de os funcionários não receberem os salários, ainda têm que custear materiais básicos das unidades que trabalham, como água mineral, sabonete para lavarem as mãos, papel higiênico e produtos de limpeza. Como também há falta de medicamentos para os pacientes.
“Somos obrigados a sair cedo de casa para trabalhar. Trabalho certo, porém além de não ter salário, com os boletos vencendo, pois eles não esperam, ainda temos de vez em quando que comprar água mineral, o garrafão de cinco litros com os colegas, faltam lenços, papel toalha, sabonete, papel higiênico, a gente tem que estar comprando, falta desinfetante, e remédios também para os pacientes. A gente entra em contato com a Fundação ADM e eles falam que não tem previsão para pagar”, contou a entrevistada.
Questionado acerca dos atrasos no pagamento dos salários dos servidores, o secretário de saúde do município, Marcelo Britto, justificou que as empresas que mantém contratos com a prefeitura é que têm a responsabilidade de efetuar os pagamentos aos trabalhadores, e elas têm até 20 dias úteis para receber os repasses do governo municipal, após as conferências das notas fiscais.
Ele declarou ainda que em virtude da não aprovação da Lei Orçamentária Anual (LOA) pela Câmara de Vereadores, a prefeitura está enfrentando problemas para cumprir com os compromissos, portanto a situação dos funcionários terceirizados pode piorar.
“Desde janeiro em razão da não aprovação do orçamento, a tendência que a gente tenha uma piora desse quadro, enquanto o orçamento não for definitivamente aprovado. Nós temos recursos, mas não temos orçamento. A área pública precisa do orçamento. Eu tenho que ter uma lei dizendo que eu posso pagar as empresas que prestam serviços ou para aquisição de um produto. Se eu não tiver orçamento que autorize, eu não posso gastar. Essa é a consequência da demora na aprovação do Orçamento, que pode inclusive afetar outros serviços da própria secretaria, como o esquema de vacinação”, afirmou.
Conforme o secretário Marcelo Britto, a prefeitura está verificando se há restos a pagar de 2021, que estão sob a vigência do Orçamento do ano passado, para efetuar o pagamento às empresas referente a fevereiro deste ano.
Ele disse ainda que a secretaria está com dificuldade na aquisição de alguns produtos e medicamentos, por falta de mercadorias nos fornecedores. “Estamos estudando um modelo, uma maneira de rever a forma de apontar as falhas na entrega desses produtos, porque sempre vai faltar alguma coisa”, completou.
Com informações da jornalista Maylla Nunes do Acorda Cidade
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