Saúde
Sesab confirma 5 casos de febre Chikungunya em Feira de Santana
Amostras dos pacientes com sintomas suspeitos foram encaminhadas ao Instituto Evandro Chagas (IEC).
19/09/2014 às 15h21, Por Kaio Vinícius
Acorda Cidade
Dos 14 casos suspeitos da febre Chikungunya em Feira de Santana, cinco foram confirmados na manhã desta sexta-feira (19) pelo secretário da Saúde do Estado, Washington Couto, durante entrevista coletiva.
A febre chikungunya é uma doença transmitida pelo mosquito do gênero aedes – o aegypti (o mesmo que transmite a dengue) ou albopictus. A febre chikungunya apresenta alguns sintomas semelhantes aos da dengue clássica – provoca febre alta, dor de cabeça, dores mais acentuadas nas articulações, dores musculares e inchaços nas articulações. O período médio de incubação da doença é também mais prolongado se comparado com a dengue. É de três a sete dias (podendo variar de 1 a 12 dias).
Os cinco casos confirmados foram registrados no conjunto George Américo e já existem suspeitas da doença nas áreas vizinhas. “Possivelmente foram pessoas que estavam em alguma área endêmica da África e trouxeram a doença para o município”, acredita a secretária municipal de Saúde, Denise Mascarenhas.
A transmissão desta febre, inicialmente, ficou restrita aos países da África e Ásia, sendo os primeiros casos importados registrados nos Estados Unidos, Canadá, Guiana Francesa, Martinica, Guadalupe e no Brasil.
O secretário Washington Couto garantiu que apesar da confirmação dos casos pelo Instituto Evandro Chagas, laboratório de referência para doenças tropicais, não há motivo para pânico entre a população. A Secretaria Municipal de Saúde de Feira de Santana está mobilizada para combater a doença e planeja uma força-tarefa. Uma reunião foi realizada nesta sexta (19) para discutir a questão.
Segundo informações do site da prefeitura de Feira, a orientação é que todos os casos suspeitos de dengue ou da febre do chikungunya sejam notificados e investigados, inclusive, com busca ativa de possíveis novos casos suspeitos da doença, visando bloquear a transmissão para outros bairros.
Denise Mascarenhas observa que a participação da população é importante para combater a doença em Feira de Santana, eliminando os principais focos de proliferação do mosquito, como os recipientes que acumulam água.
A enfermeira referência da SMS, Maricélia Maia, também tranquiliza a população ao informar que, diferente da dengue, a taxa de letalidade para a febre chikungunya é menor. Não existe tratamento específico e nem vacina disponível para prevenir a doença.
Na próxima terça-feira (23), às 14h, no auditório Dr. João Batista de Cerqueira, um médico do Ministério da Saúde, referência da doença, estará capacitando os profissionais de toda a rede sobre o manejo clínico, diagnóstico e tratamento.
A partir da confirmação dos casos, a Sesab informou que intensificará ações que já estão sendo desenvolvidas, com foco principal no combate ao vetor, que é o mesmo da dengue.
Casos no Brasil
Em nota divulgada recentemente, o Ministério da Saúde (MS) confirmou dois casos de febre Chikungunya no município de Oiapoque, no Amapá. As duas pessoas infectadas não possuíam registro de viagem internacional para países onde ocorre transmissão da doença, desta forma caracterizando transmissão autóctone.
Após o alerta do MS, todos os casos suspeitos passaram a ser investigados pela Sesab, e amostras dos pacientes encaminhadas ao IEC. Nos últimos 15 dias, foram enviadas 16 amostras, sendo quatro de Salvador e as demais de Feira de Santana. No caso de Salvador, duas tiveram resultado negativo, uma teve resultado inconclusivo e será refeita, e uma ainda não teve o resultado conhecido.
A febre Chikungunya é uma doença viral, encontrada nas regiões tropicais e subtropicais, originária da África. O nome Chikuncunya, que significa "andar encurvado", deve-se à posição adotada por pacientes, em função das dores nas articulações. A transmissão autóctone da doença, inicialmente, ficou restrita aos países da África e Ásia, sendo os primeiros casos importados registrados nos Estados Unidos, Canadá, Guiana Francesa, Martinica, Guadalupe.
O primeiro caso confirmado nas Américas foi em 2013 e atualmente, todos os países da América Central têm registro de transmissão da doença. No Brasil, foram notificados 38 casos, dos quais 17 foram confirmados.
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