Feira de Santana

Secretaria de Meio Ambiente multa a Embasa em 5 milhões de reais

Uma equipe técnica foi até o local e observou que realmente havia vazamento de esgoto.

29/03/2019 às 18h53, Por Andrea Trindade

Compartilhe essa notícia

Ney Silva e Rachel Pinto

A Embasa em Feira de Santana foi multada em 5 milhões de reais e poderá receber uma nova multa diária que varia de 50 a 500 mil reais. A penalidade foi aplicada pela Secretaria Municipal do Meio Ambiente ao apurar que a empresa poluiu a lagoa do Parque da Cidade José Monteiro Sobrinho, no Conjunto Feira VII, durante obras das construções de uma Estação Elevatória de Esgoto (EEE) e que estão inacabadas.

O diretor de áreas verdes da Prefeitura Deodato Peixinho foi quem comunicou a situação para a Secretaria de Meio ambiente. Segundo ele, a empresa construiu uma estrutura para receber esgotamento sanitário.

“Identificar se a construção é uma estação de tratamento ou uma elevatória eu não sei estabelecer qual foi a identificação técnica da obra. O certo é que foi construído no parque em uma área baixa, próximo a lagoa uma estrutura que recebe esgoto que está transbordando e poluindo a lagoa”, disse em entrevista ao Acorda Cidade.

Ele confirma que a obra é da Embasa e próximo a essa obra há outra menor fora da área do parque. Segundo Deodato, a equipe dele passou a monitorar este equipamento como faz em outros locais onde têm áreas verdes, lagoas e nascentes e constatou a poluição.

Ainda de acordo com Deodato Peixinho, constatou-se que na lagoa o índice de oxigênio começou a baixar. Baixou a limites críticos e isso o levou a desconfiar que havia algo poluindo a lagoa, como matéria orgânica em arrastamento ou dejetos de esgoto.

Uma equipe técnica foi até o local e observou que realmente havia vazamento de esgoto.

O secretário de Meio Ambiente Arcênio Oliveira confirmou ao Acorda Cidade que a Embasa poluiu a lagoa do Parque da Cidade e por isso foi punida.

“A Embasa foi notificada para fazer a recuperação e retirar o esgoto in natura que corre a céu aberto e está entrando na área na lagoa, causando poluição de solo e hídrica. Depois de notificada a Embasa foi advertida em novembro do ano passado. A empresa fez uma defesa que praticamente confessa a poluição”, disse Arcênio.

A multa

De acordo com o secretário, foi aplicada a multa de 5 milhões de reais porque trata-se de uma infração gravíssima. Esse valor já foi para o setor jurídico, procuradoria do município, esse setor não aceitou defesa e resta a Embasa recorrer ao Conselho Municipal de Defesa do Meio Ambiente (Condema).

A obra

Arcênio Oliveira informou ao Acorda Cidade que a obra construída pela Embasa trata-se de uma elevatória de esgoto e não entrou em operação. Ele explicou ainda que pelo projeto da Embasa, essa estação elevatória receberia esgoto e enviaria de canalizada para a estação de tratamento de esgoto que fica próximo ao Conjunto Penal.

No entanto, na tentativa de colocar a tubulação, houve protesto de proprietários de loteamentos que entraram na justiça contra a Embasa. Com isto, a empresa não pode concluir a obra.

Resposta da Embasa

Em nota enviada ao Acorda Cidade, a Embasa esclareceu sobre a construção da obra de esgotamento e seu posicionamento em relação a aplicação da multa.

-A Embasa está realizando obras de ampliação do sistema de esgotamento sanitário nas proximidades do Parque da Cidade e, embora a parte civil da estação de bombeamento que atenderá esta área esteja pronta desde 2016, a estação não pôde ter as demais estruturas instaladas e entrar em funcionamento devido à judicialização por parte da proprietária do terreno, durante o processo de regularização fundiária, o que durou cerca de quatro anos. Apenas no último dia 30 de janeiro a justiça concedeu a Imissão de Posse do terreno à Embasa e a empresa executora das obras pode retomar as atividades.

– O extravasamento de esgoto na região é proveniente de lançamentos indevidos, feitos por moradores de imóveis das imediações, na rede coletora de esgotos que ainda não está em operação na região. Essa ação acontece à revelia da Embasa, uma vez que a população local foi devidamente orientada pela empresa por meio de palestras, encontros e comunicados formais entregues sobre a proibição da interligação dos esgotos na rede coletora, enquanto as obras não forem concluídas. A comunidade da área está sendo informada sobre o fato de que a realização da ligação antecipada de esgoto sem a conclusão do sistema é considerada poluição e crime ambiental.

– Cabe aos órgãos de fiscalização competentes adotar as medidas cabíveis junto aos moradores locais que estejam adotando tal prática, uma vez que a legislação ambiental vigente proíbe o lançamento de esgoto nas vias públicas ou no meio ambiente. Nos locais onde ainda não existe rede de esgotamento em funcionamento, como é o caso da região do Parque da Cidade, os moradores devem adotar soluções para a adequada destinação dos esgotos, como fossa séptica e sumidouro.

– A Embasa irá recorrer da multa proferida pela Semamm junto ao Conselho Municipal de Meio Ambiente e a outras esferas competentes, se necessário, por entender ser descabida a aplicação de penalização, uma vez que a obra de ampliação do sistema de esgotamento sanitário na região foi interrompida à revelia da empresa, em função da questão judicial envolvendo a desapropriação de um terreno no qual será instalado equipamentos que compõem o sistema, além do fato de que não foi a Embasa que fez os lançamentos de esgoto na referida lagoa, sendo os mesmos decorrentes de interligação indevida dos esgotos de imóveis da região, por parte dos proprietários.
 

Compartilhe essa notícia

Categorias

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Mais Notícias

image

Rádio acorda cidade