Saúde

Vacinação contra Paralisia Infantil se estenderá nos postos de saúde e escolas

A meta de crianças vacinadas ainda não foi atingida. A vacinação está disponível nos postos de saúde e se estenderá até semana que vem em algumas escolas.

30/09/2022 às 22h17, Por Iasmim Santos

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Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil

Nesta sexta-feira (30), a Campanha Nacional contra Poliomielite se encerrou. Em Feira de Santana, a meta estabelecida de crianças vacinadas ainda não foi atingida. Conforme a Fundação Oswaldo Cruz, o Brasil foi certificado, pela Organização Mundial da Saúde, como livre da poliomielite no ano de 1994. Contudo, a doença, também chamada de pólio ou paralisia infantil, corre grande risco de ser reintroduzida no país.

Foto: Ney Silva/Acorda Cidade

A enfermeira, Carlita Correia, referência na Vigilância Epidemiológica (Viep) do Município de Feira de Santana, contou ao Acorda Cidade que o vírus da poliomielite ataca principalmente as crianças.

“Essa doença pode causar paralisia infantil na criança. A vacinação preconizada pelo Ministério da Saúde começa desde o nascimento da criança aos dois meses, quatro e seis meses de idade. E depois a gente segue com o reforço da pólio, a apartir dos 15 e 18 meses, até o 4 anos de idade. E justamente por isso que temos essa campanha para essa faixa etária de um ano até a criança menor de 5 anos. A nossa campanha de vacinação não atingiu nem 50%. Em outros países que a doença estava erradicada, voltou a ter casos, então é uma doença grave que pode deixar a criança com paralisia de face e músculos,” ressaltou.

Carlita Correia disse ao Acorda Cidade que a vacinação se estendeu aos distritos e escolas.

“A gente observa que tem muita mãe que deixou para depois, que deixou para o último dia. Pode ter pais que não tiveram como levar seus filhos para a vacinação. E por isso que estendemos hoje (30), desde ontem (29), essa vacinação para as escolas dos distritos, nas escolas que têm esse público alvo, por meio da orientação da Secretaria de Educação (Seduc) para que a gente pudese ir até a escolas e pudêssemos fazer essa vacinação de forma organizada e autorizada pelos pais. Às vezes, a maioria da população tem a sua residência mais próxima à escola do que, muitas vezes, da própria unidade de saúde, por isso, nesse sentido em parceria com a Seduc, fizemos essa ampliação para que a gente consiga passar dos 50% de vacinação. Vacinamos até o momento 15.267 crianças, mas temos uma população estimada para essa faixa etária de 32.035 crianças. Nós ainda não conseguimos atingir a meta de crianças que estão sem vacinação,” informou.

Risco de reintrodução

Foto: Ney Silva/Acorda Cidade

Uma cobertura vacinal baixa aumenta em muito as chances do retorno do vírus ao país. O prefeito de Feira de Santana, Colbert Martins, que estava hoje (30) na Unidade Caseb I, esclareceu ao Acorda Cidade que a pandemia da Covid-19 afastou muitas pessoas das unidades de saúde.

Foto: Ney Silva/Acorda Cidade

“Só ia às unidades de saúde quem não tinha outra alternativa, então as pessoas deixaram de cumprir com certas doses de vacina. E agora, que as coisas estão voltando a normal, acredito que as pessoas ainda não se motivaram o suficiente. Muitas pessoas não se lembram que há algumas décadas muitas crianças ficaram paralíticas, crianças andando com moletas. Em Nova York já está em emergência, porque o vírus já está sendo detectado até em esgoto. As pessoas têm que lembrar que é preciso vacinar as suas criancinhas, porque a criança não pode ir sozinha, uma criança de um ano, dois anos, não vai sozinha, é preciso que algum responsável possa fazer isso, para evitarmos que a gente veja o que eu vi no passado, e que há quase 40 anos eu não vejo, que é uma criança paralítica por conta de paralesia infantil,” relembrou o prefeito.

Conforme apontou o prefeito Colbert Martins, a transmissão do vírus é basicamente uma transmissão infantil.

“As sequelas no adulto são aquelas que já conhecemos, a pessoa pode ter uma perna mais atrofiada, dentre várias sequelas de paralisia infantil. As mães e os pais são os responsáveis por levar a criança para se vacinar e evitar a paralisia infantil,” disse.

Foto: Ney Silva/Acorda Cidade

O representante comercial, Germano Neto, pai da pequena Júlia, relatou ao Acorda Cidade que a vacinação é muito importante para evitar problemas futuros.

“Toda criança merece tomar todas as vacinas para se imunizar contra todas as doenças, principalmente, nesse período que passamos de Covid, então é importante também vermos as outras doenças, observar as vacinas que ficaram paradas, em falta. Graças a Deus está se regularizando, todas as vacinas da minha filha estão em dia. A gente sabe que as vacinas são importantes para evitar qualquer problema futuro,” destacou.

Importância da vacinação

“É importante vacinar, para que permaneçamos seguros. Há décadas temos a erradicação dessa doença no nosso país. É um problema sério de saúde pública, um caso apenas de polio no nosso país seria bem delicado, assim como estão enfrentando outros países que voltaram a ter um caso apenas. É todo um retrabalho que esses países estão enfrentando por conta do surgimento desses casos, então no Brasil não seria diferente. Demandaria todo um trabalho de alerta que pode ser evitado por meio da imunização, através da prevenção com as crianças vacinadas. Então a vacinação nos dá uma certa tranquilidade de saber que nossas crianças estão protegidas e imunizadas. É uma forma de cuidado, é uma forma dos pais amarem seus filhos, protegendo-os para que a gente não tenha o retorno dessa doença no nosso país,” salientou a enfermeira, Calita Correia.

Carlita Correia relatou ao Acorda Cidade que o Estado foi comunicado sobre os baixos percentuais de imunização, e que mesmo a campanha finalizando nesta sexta-feira, ações visando a vacinação contra a paralisisa infantil irão continuar.

“O Estado também tem uma peocupação de imunizar. E por ser uma vacina que é utilizada na faixa etária adequada, como rotina, que é a apartir de um ano de idade, a gente entendeu que poderíamos fazer essa comunicação com o Estado para ampliar no formato de ações, não necessariamente como campanha, mas como ações de vacinação. Porque, já que conseguimos chegar às escolas dos distritos, e durante a semana que vem a gente quer chegar às escolas da sede, e que são muitas. A Seduc sabe quais são essas escolas, já direcionou, já fez todo um trabalho de solicitação de autorização para os pais e os pais já estão cientes que o municipio estará presente nessas escolas para vacinar as crianças. Vai ser um momento muito bom e que com certeza vamos conseguir ampliar essa vacinação. Vamos ampliar por meio de ações, porque a campanha se encerra hoje, mas o município possui essa autonomia de realizar essas ações, principalmente por se tratar de atualização da cardenta vacinal.”

Os pais ou responsáveis que não vacinaram suas crianças durante a Campanha poderão procurar as unidades de saúde para atualizarem a cardeneta de vacina.

“Durante a semana que vem vamos continuar vacinando nas escolas da sede e os pais também podem procurar os postos de saúde. E posteriormente, avaliando o percentual e vendo se conseguimos atingir a população estimada, aí a gente vai definir por quanto tempo a mais continuaremos com essas ações mais intensas. É uma doença muito grave e é importante para a Secretaria de Saúde que essas crianças estejam protegidas”, concluiu.

As informações são do repórter Ney Silva do Acorda Cidade

Leia mais: Jornalista e escritor feirense conta drama após irmão contrair poliomielite e ressalta importância da vacinação

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