Saúde

Uso de medicamentos para saúde mental cresce 36% em quatro anos no Brasil

O aumento no uso de medicamentos para saúde mental ressalta a importância da conscientização sobre a saúde mental.

18/08/2023 às 08h40, Por Acorda Cidade

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Foto: Pexelx/Pixabay

A sociedade contemporânea tem enfrentado uma série de desafios que impactam diretamente a saúde mental das pessoas. Questões como estresse, ansiedade, depressão e outros transtornos têm sido mais presentes, muitas vezes exigindo a intervenção de profissionais de saúde e, em muitos casos, o uso de medicamentos.

Nos últimos tempos, tem se destacado uma preocupante tendência: o aumento no uso de medicamentos para saúde mental. Números recentes indicam um incremento significativo na prescrição e consumo de psicotrópicos, lançando luz sobre a saúde mental da população em meio a um cenário de transformações sociais e eventos marcantes.

Aproximadamente um bilhão de pessoas em todo o mundo sofrem com algum problema de saúde mental, o que significa dizer que uma em cada oito pessoas lida com problemas como ansiedade e depressão. Nos últimos quatro anos no Brasil, o consumo de antidepressivos e estabilizadores de humor cresceu 36%, de acordo com o Conselho Federal de Farmácia.

Esse cenário tem levado as indústrias farmacêuticas a investirem cada vez mais em novos medicamentos com foco na neurologia e psiquiatria, com objetivo de minimizar os efeitos colaterais e proporcionar uma eficácia superior em comparação aos medicamentos já liberados para o consumo.

Um exemplo desse investimento é a indústria paranaense Prati-Donaduzzi, que irá destinar cerca de R$ 80 milhões em 2023 para o setor de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (PD&I) na área de novos medicamentos. E a expectativa é que, nos próximos anos, esse valor seja ainda maior. Atualmente, a farmacêutica oferece 16 moléculas e 65 apresentações de medicamentos destinados a problemas do Sistema Nervoso Central.

“O suporte medicamentoso, quando acompanhado por um médico especialista, é um importante auxílio na superação dos desafios das relações sociais, que muitas vezes são prejudicadas pelo estresse da rotina e pressão que somos submetidos diariamente, tanto no âmbito profissional como afetivo”, afirma a pesquisadora da Prati-Donaduzzi, Emanuelle Webler.

A Importância da Abordagem Multidisciplinar

Enquanto os medicamentos podem ser ferramentas valiosas no tratamento da saúde mental, é essencial compreender que uma abordagem multidisciplinar é a mais eficaz. Terapias, acompanhamento médico, atividades físicas e práticas de bem-estar, além do apoio familiar, também desempenham um papel crucial no cuidado da saúde mental.

Conscientização e Acesso ao Tratamento

O aumento no uso de medicamentos para saúde mental ressalta a importância da conscientização sobre a saúde mental e a necessidade de acesso adequado a tratamentos e profissionais especializados. Além disso, a sociedade deve continuar buscando reduzir o estigma em torno dos transtornos mentais, incentivando um ambiente onde a busca por ajuda seja encorajada e acolhida.

Longo e rigoroso processo de pesquisa

O processo de pesquisa envolve cerca de 300 profissionais na área, grande parte com mestrado e doutorado, trabalhando em equipes multidisciplinares compostas principalmente por farmacêuticos e químicos.

Esses times realizam uma variedade de atividades, desde a busca por novos produtos, estudos de viabilidade técnica e econômica, gestão de projetos, desenvolvimento de novas fórmulas e novos métodos analíticos, embalagens, análise de estabilidade até a elaboração da documentação do dossiê de desenvolvimento de produtos submetidos à Anvisa. Considerando todas as etapas de desenvolvimento, pesquisa clínica e avaliação pela Anvisa, podendo levar vários anos até que o medicamento desenvolvido esteja disponível nas farmácias.

“O Sistema Nervoso Central apresenta desafios significativos de acesso, incluindo barreiras biológicas que impedem a chegada das moléculas para exercerem seus efeitos terapêuticos. Superar essas barreiras e desenvolver medicamentos capazes de atingir alvos específicos no cérebro é um dos maiores obstáculos a serem enfrentados durante a pesquisa e desenvolvimento”, complementa a pesquisadora.

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