Pesquisa

Uefs realiza pesquisa de vigilância e saúde mental em Feira de Santana

De acordo com os organizadores, a pesquisa pode durar cerca de 10 até 12 meses.

05/06/2022 às 14h55, Por Gabriel Gonçalves

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Foto: Divulgação/Nepa/Uefs

A Universidade Estadual de Feira de Santana (Uefs), através do Núcleo de Epidemiologia (Nepa), está realizando uma pesquisa de vigilância e saúde mental.

Em entrevista ao Acorda Cidade, a coordenadora do setor de coleta de campo do Núcleo, Ariane Cedraz Morais, informou que o objetivo da pesquisa, é identificar e avaliar os diagnósticos do transtorno mental na população, neste momento de retorno às atividades normais, que foram suspensas ou realizadas de forma mais restrita por conta da pandemia de covid-19.

“O objetivo desta pesquisa, é avaliar os diagnósticos de transtorno mental comum na população, com a depressão, avaliar estes impactos que a pandemia trouxe e tem trazido para a população de Feira de um modo em geral. O nosso público-alvo são pessoas acima de 15 anos, então, a proposta da pesquisa, é que a gente contemple todos estes públicos, desde o adolescente, adulto e o idoso. A pesquisa já foi iniciada no dia 23 de maio, é uma pesquisa onde a gente conta com a participação de entrevistadores que são treinados pela equipe aqui do Núcleo de Epidemiologia da Uefs, e os entrevistadores irão bater de porta em porta como se fosse um censo que a população já conhece como o do IBGE. Os pesquisadores estarão identificados com uniforme aqui da Uefs, do Nepa, para que a população receba estas pessoas e possam estar contribuindo com essa produção de conhecimento”, explicou.

Foto: Paulo José/Acorda Cidade

De acordo com Ariane Cedraz, mesmo com pouco tempo de pesquisa, o Núcleo já identificou o grande número do desemprego formal e o aumento do emprego informal na cidade de Feira de Santana.

“A pesquisa começou há pouco tempo, mas a gente poderia antecipar que, o que a gente observa, é um aumento do desemprego e um aumento do emprego informal, um aumento dos transtornos depressivos, e o ajuste dessa população, principalmente dos adolescentes e das crianças que retornam nesse momento presencial para as salas de aula, de forma mais insegura, vivendo ainda os altos e baixos da pandemia. Essa pesquisa vai demorar um tempinho, até porque será feita uma amostra da cidade de Feira de Santana, uma cidade muito grande. Eu acho que essa pesquisa tem uma previsão de levar de 10 a 12 meses, e a nossa estimativa é de entrevistar cerca de 4.500, até 5 mil pessoas em todo o território urbano”, disse.

Integrando a equipe da coordenação do Núcleo, o professor e pós-doutorando em Saúde Coletiva, Jules Ramon Brito, informou à reportagem do Acorda Cidade, que esta pesquisa, também tem uma parceria com a Secretaria Municipal de Saúde (SMS).

“A nossa parceria com a Secretaria Municipal de Saúde, com o Centro de Referência de Atenção à Saúde do Trabalhador, visa justamente isso, fazer um diagnóstico relacionado à saúde mental da população de Feira de Santana e capacitar os trabalhadores do município, os trabalhadores e trabalhadoras da saúde, para um melhor atendimento da população, e identificar os indivíduos em sofrimentos, e tentar inserir na rede de atenção psicossocial. Feira de Santana é subdividida em cinco macrorregiões, cinco grandes regiões, e estas regiões são subdivididas em setores de acordo com os dados do IBGE. Em cada setor, foram sorteadas ruas específicas para que as entrevistas sejam realizadas, e serão abordados todos os domicílios destas ruas sorteadas”, explicou.

Foto: Divulgação/Nepa/Uefs

Ainda segundo o professor Jules Ramon, os primeiros resultados da pesquisa mostram que muitas pessoas tiveram uma elevação na depressão e um medo acentuado em contrair a Covid-19.

“Nós temos observado por meio de dados preliminares do nosso estudo, que a população teve uma elevação nos índices de depressão, ansiedade, transtorno de pânico e alguns outros transtornos que têm sido avaliados pelo nosso estudo. A pandemia acentuou o medo que as pessoas têm de adoecer, e o fato de estar isolado no próprio domicílio, tendo que sair, se expor ao vírus, isso tem acentuado o sofrimento da população e feito emergir sentimentos negativos, que intensificados pelo medo da morte, pelo medo de adoecer, de perder pessoas queridas, tem culminado com a depressão e com outros transtornos mentais”, concluiu.

Com informações do repórter Paulo José do Acorda Cidade

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