Surtos
Saúde Mental: entenda o que é surto psicótico e como tratar
Uma das observações que também pode ser feita, é quando aquele indivíduo para de fazer o que mais gostava e passa a ficar desmotivado com a vida.
10/12/2023 às 19h36, Por Gabriel Gonçalves
Os surtos psicóticos podem gerar desconforto e incerteza sobre como agir. Compreender o que desencadeia um surto, como identificar os sinais e qual a melhor abordagem diante de alguém que está passando por esse momento é crucial para garantir a segurança e o apoio adequado.
Pensando nestas situações, a reportagem do Acorda Cidade conversou com a psicoterapeuta cognitiva comportamental, Juliete Rosa Cajuhi, que explicou o que pode desencadear um surto.
“Os surtos são episódios de um aumento temporário e agudo dos sintomas de uma doença ou condição muitas vezes associada às condições de saúde mental. Os principais gatilhos que podem desencadear um surto variam dependendo da condição de cada pessoa, de cada indivíduo. Por exemplo, um estresse que a pessoa vivenciou, um estresse excessivo, uma falta de sono, um evento traumático, ou seja, uma situação que acontece ali que pode estar causando um trauma”, explicou.
Quais sinais podem ser observados?
De acordo com a especialista, a mudança de comportamento pode ser um dos elementos a serem notados.
“Pode ser alguma mudança de comportamento, uma agitação, uma agressão, uma inquietação, uma alteração do pensamento que são conhecidos ali como os delírios. Mas afinal, o que são delírios? São pensamentos, são crenças que estão no campo da ideia, que estão no campo do pensamento, ou seja, a pessoa acredita que aquilo ali existe, não adianta você falar que aquilo não existe, que é coisa da cabeça dela. São alucinações, são as percepções falsas no sentido de ouvir vozes, ver pessoas, de se ver ali caído no chão, uma dificuldade de comunicação, uma falta de autocuidado, negligência com sua higiene pessoal, com sua alimentação, com seu sono, comportamentos autodestrutivos como automutilação, pensamentos suicidas, que seria o planejamento do suicídio, mas lembrando que cada pessoa pode apresentar sintomas diferentes”, afirmou.
Ao Acorda Cidade, a psicoterapeuta destacou o que deve ser feito em caso de presenciar alguém que esteja com crise de surto.
“Em primeiro lugar manter-se calmo, tentar transmitir tranquilidade para a pessoa que está vivenciando ali os surtos. Priorizar a segurança, ou seja, se assegurar que você e a pessoa que está em surto, se está segura, manter a distância necessária se a pessoa está muito agressiva e evitar confrontos. Chamar ajuda de um profissional no sentido de se houver riscos para a pessoa. Oferecer apoio no sentido de procurar ajuda médica ou psicológica após este surto, convidar a pessoa para sair com você, seria um ato bem generoso que pode estar fazendo quem está próximo, e respeitar também o limite das pessoas que é importante. Não forçar e não fazer nada que ela não queira ao mesmo tempo, mas se está trazendo ali o risco iminente à vida do indivíduo, neste caso você vai ter que passar deste limite”, pontuou.
Uma das observações que também pode ser feita, é quando aquele indivíduo para de fazer o que mais gostava e passa a ficar desmotivado com a vida.
“As pessoas podem perceber primeiramente pela mudança de humor, ela pode parecer triste, desmotivada e irritada, perda de interesse ou prazer pelas coisas que ela costumava fazer, incluindo hobbies e interações sociais. Mudanças do sono, ou seja, tem insônia, uma dificuldade de dormir ou hipersonia, que seria a dificuldade para acordar, seria dormir demais. Mudança de apetite, o sentimento de culpa excessivo, pois quando se tem ali uma depressão, geralmente a pessoa se culpa, ela acha que o mundo para ela é ruim, as pessoas são ruins, então são sentimentos de culpa, de coisas que ficam bastante explícitas”, concluiu.
Com informações da jornalista Iasmim Santos do Acorda Cidade
Siga o Acorda Cidade no Google Notícias e receba os principais destaques do dia. Participe também dos nossos grupos no WhatsApp e Telegram
Mais Notícias
Saúde
HEC já atendeu mais de 16 mil pacientes na emergência no 1º semestre de 2024, 52% a mais que em 2023
No ano de 2023, considerando o mesmo período, os seis primeiros meses do ano, o quatitativo foi de 10.519 pacientes....
26/07/2024 às 15h39
Saúde
Atividades físicas proporcionam mais e melhores dias dos avós
Dados do Ministério da Saúde mostram que, em 2023, as principais causas de óbitos de idosos estão relacionadas à falta...
26/07/2024 às 15h30
Dia dos Avós
Dia dos avós: geriatra explica efeitos da solidão na saúde dos idosos
Doenças cardíacas, enfraquecimento do sistema imunitário e depressão são algumas das consequências compartilhadas por aqueles que se sentem sozinhos.
26/07/2024 às 14h00
Saúde
O papel da nutrição na prevenção e controle de doenças crônicas
Alimentação saudável como pilar da longevidade e bem-estar.
26/07/2024 às 12h00
Saúde na Terceira Idade
Dia dos Avós: nova geração deve prestar atenção ao envelhecimento vocal, diz especialista
Prevenir e adiar o aparecimento da presbifonia não é apenas questão de vaidade, mas de qualidade de vida e de...
26/07/2024 às 09h00
Bahia
Quem são as duas vítimas da Febre do Oropouche na Bahia
Pacientes eram mulheres, moradoras do interior, com menos de 30 anos, sem comorbidades, que tiveram sinais semelhantes a de dengue...
26/07/2024 às 07h47