Samu registra aumento de chamados relacionados à surtos psicóticos em Feira de Santana

O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) de Feira de Santana está registrando um aumento dos chamados para atender pacientes com surtos psicóticos. Um desses casos aconteceu na manhã de quarta-feira (12), quando um jovem subiu em uma árvore no bairro Ponto Central.

O Acorda Cidade conversou com a coordenadora do Samu de Feira de Santana, Maísa Macedo. Ela informou que diversos fatores podem estar relacionados com estes casos.

“Os nossos dados apontam que as ocorrências relacionadas à saúde mental têm aumentado, ou seja, hoje nós temos um número maior de chamados ligados a problemas de saúde mental e são vários fatores que podem estar interferindo nisso, desde o momento que nós vivemos da pandemia, como também as questões sociais, as questões econômicas, as questões familiares e as mudanças que o mundo moderno e contemporâneo vêm trazendo para a sociedade”, afirmou.

De acordo com a coordenadora, cada paciente vai demonstrar uma reação diferente.

“Existem pessoas que elas têm uma reação que a depender do momento do surto, ficam com a desorganização do pensamento, não falam a frase corretamente, às vezes ele ficam com mania de medo de perseguição, desequilíbrio emocional, chorando muito ou muitas vezes ele ficam muito caladas, isoladas. Então é importante que quem convive com esses indivíduos, comece a perceber as alterações comportamentais, as vezes é uma pessoa que está muito isolada, fica muito tempo fechada, não conversa, às vezes esta pessoa dá sinais chorando muito, se irritando facilmente, explosiva, com frases se colocando como sinais de perseguição, de medo, de insegurança ou já está em uma etapa onde a pessoa se estressa com uma desorganização não só do pensamento, mas das ações, ai fica agressiva, chegando ao ponto de auto mutilar ou agredir quem está próximo do meio onde ela está inserida”, comentou.

De acordo com Maísa, para acalmar o paciente, é necessário a aplicação de alguns recursos.

“Normalmente este paciente que está com surto psiquiátrico, um surto de saúde mental, precisa de uma contenção física, uma contenção mecânica e uma contenção química, ou seja, primeiro a gente contém com as mãos, depois com o contensor mecânico, depois com medicação. Então este paciente depois de passar este momento de emergência, ele vai precisar usar medicamentos na grande maioria das vezes para ajudar na organização deste pensamento e das suas ideias. E aí é importante que ele tenha o acompanhamento de especialistas, com um psicólogo e com um médico psiquiatra para que ele possa dar todo direcionamento. Na hora da crise é administrada uma medicação que vai deixar este paciente mais tranquilo e com seu pensamento mais organizado para poder expressar o que é que ele sente”, informou Maísa ao Acorda Cidade.

Ainda segundo a coordenadora do Samu, é importante que algum familiar esteja presente com o paciente no momento dos procedimentos.

“O diálogo e a escuta para este paciente é o mais adequado, e quando o profissional vai fazer esta escuta, é importante que o familiar que esse paciente tem afinidade, que ele confie, que ele converse, possa estar junto para poder ajudar neste diálogo, da mesma forma se for um familiar que tenha uma relação difícil, é importante que neste momento se afaste. Mas o primeiro passo é tentar o diálogo com o paciente, fazer uma escuta qualificada das dores, dos sentimentos, das angústias que este paciente vai dizer para nós profissionais. A nossa rede de referência aqui em Feira de Santana no momento do surto é que o paciente seja conduzido para o Hospital Especializado Lopes Rodrigues”, concluiu.

Com informações do repórter Paulo José do Acorda Cidade

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