Saúde

Pacientes com sintomas agravados da dengue devem procurar atendimento exclusivo em UPAs e policlínicas, diz coordenadora da Viep

Dores abdominais intensas, vômitos excessivos e sangramentos nasais e gengivais são sinais de alerta para a dengue.

31/05/2024 às 06h57, Por Maylla Nunes

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Foto: Ed Santos/Acorda Cidade

Com os casos de dengue que assolam todo o país desde, é imprescindível procurar atendimento médico desde o primeiro sintoma de forma imediata. Isso porque as dores abdominais intensas, vômitos excessivos que impedem a hidratação e a alimentação, hipotensão, diminuição da quantidade de urina e sangramentos nasais e gengivais são sinais de que a doença está se agravando.

Segundo dados do Painel de Arbovirose do Ministério da Saúde, mais de 5 milhões de casos prováveis de dengue foram contabilizados no Brasil nos últimos dias. Em Feira de Santana, este número também é alto, contabilizando mais de 6 mil casos que podem ser confirmados ou descartados para dengue.

Sobre os casos de dengue contabilizados no município e as ações realizadas pelo município no combate e tratamento à dengue, o portal Acorda Cidade ouviu a Coordenadora da Vigilância Epidemiológica (Viep) da Secretaria Municipal de Saúde, Carlita Correia.

Carlita Correia
Foto: Ney Silva/ Acorda Cidade

Inicialmente, Carlita Correia destacou os dados atualizados da dengue no município, incluindo os óbitos em investigação.

“Temos os dados de casos prováveis, que são aqueles que são confirmados ou descartados, 6.586 prováveis. Temos confirmados, de janeiro até hoje, 3516 casos. Uns são confirmados através de clínico epidemiológico e outros através via Lacen. Desses confirmados, temos 541 que foram com sinais de alarme. Até o momento, quatro óbitos foram confirmados e temos ainda sete óbitos que seguem em investigação”, disse.

A dengue faz parte de um grupo de doenças denominadas arboviroses. Ao contrair o vírus, o paciente é submetido a sinais clássicos ou intensos da doença, o que podem ser gravados. Conforme a coordenadora da Vigilância Epidemiológica, ao apresentar qualquer sintoma agravado da doença, como vômitos excessivos ou sangramento, o paciente deve exclusivamente procurar as Unidades de Pronto Atendimento (UPA) ou Policlínicas do município.

“Se o paciente está com sinais clássicos, iniciou uma febre alta ou uma dor de cabeça intensa, ou dor nos olhos e no corpo, ele precisa procurar uma unidade de saúde porque ela vai iniciar esse processo de orientação, então ele precisa ir de imediato. Se o paciente estiver em casa e apresentar um sintoma característico de dengue, de imediato ele deve procurar uma unidade de saúde para introduzir a ingesta líquida dele. Se surgir outros sintomas como sinais de alarme, sangramento mucosa que pode ser na gengiva, urina, dor abdominal intensa, são sinais importantes que a gente encaminha para urgência e emergência. Lá nas UPAs e Policlínicas eles ficam internados ou são regulados se houver uma complexidade maior e são monitorados o tempo inteiro”.

Carlita Correria também explicou como é feito o monitoramento de pacientes que estão com dengue e que não possuem sinais de gravidade. Ela também ressaltou a importância do acompanhamento das plaquetas que desencadeiam o processo de coagulação do sangue, reduzindo o risco de hemorragias.

“Quando o paciente não tem sinais de alarme como dores abdominais intensas, vômitos persistentes, sangramento em mucosas e somente a plaqueta está baixa, acima de 60, se for paciente que não tem outros sinais ele pode se manter em observação com o manejo clínico adequado com orientação de hidratação. E, com esse monitoramento, vamos repetindo o hemograma. Mas, o paciente também é orientado a surgir sinais de alarme, para se dirigir de imediato a uma UPA ou Policlínica. Acima de 60, a gente consegue modular se o paciente não tem sinal de alarme a não ser a plaqueta baixa”, contou.

Ao ser questionada sobre o processo de atuação de profissionais e campanhas nas unidades de saúde para receber os pacientes que apresentam sintomas da dengue, a coordenadora da Viep também comentou que todos os procedimentos são realizados conforme os indícios da doença com uma equipe especializada.

“Temos 103 unidades de saúde onde os profissionais estão preparados, a gente sempre faz atualização por conta do manejo clínico que precisa ser adequado ao paciente. Então, quando o paciente tem pelo menos um sintoma que seja característica de dengue, a unidade já acolhe, faz a notificação, avalia. Desde o primeiro dia é importante que já se encaminhe para o exame de dengue e o RT-PCR, na verdade, e tem vezes que o paciente chega à unidade com cinco dias de sintomas e a gente encaminha para fazer o teste de sorologia e também o hemograma para que a unidade de saúde receba o resultado e continue monitorando o paciente que tem sinais clássicos de dengue. Caso os pacientes tenham os sinais de alarme, os profissionais orientam e encaminham para as unidades de urgência e emergência”.

Recursos de prevenção

Além do atendimento a pacientes, as Secretarias de Saúde e Comunicação têm ampliado as ações de publicidade e prevenção da dengue no município. De acordo com Carlita Correia, as atividades integradas têm o objetivo de conter a dengue, já que este ano o índice da doença foi elevado no Brasil.

“A Secretaria de Comunicação tem investido muito na orientação, publicidade e orientando a população quanto aos cuidados, como tratar. A Secretaria Municipal de Saúde também e o Centro de Endemias vêm fazendo um trabalho de educação feito de forma bem ampliada. O trabalho de campo também é bem ampliado. Desde 2023 a gente segue esse curso de ampliação das ações, que era ano epidêmico e 2024 surpreendeu, o índice de infestação tem sido maior do que o de 2023, mas a gente já carregava a trajetória de ampliação dos trabalhos por conta do ano epidêmico que vem se intensificando por conta do período de alta transmissão”, enfatizou.

Sobre os principais desafios mediante aos casos de dengue no município, a coordenadora da Viep concluiu ainda que mesmo com as ações intensificadas, o período de transmissão da doença tem preocupado os órgãos de combate à doença.

“O maior desafio é este período de alta transmissão, onde a gente vê a resistência do mosquito e a gente vê que os números estão altos ainda em todo o Brasil, não só Feira de Santana. O trabalho tem sido feito de forma intensa na tentativa de controlar, nós pertencemos à região centro-leste que também integra outros municípios como Seabra, Itaberaba que são municípios menores que Feira de Santana, mas que pertencem ao mesmo grupo e no ranking Feira de Santana ainda está em terceiro lugar de números de dengue no período de alta transmissão”, concluiu.

Com informações do repórter Ney Silva do Acorda Cidade

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