Saúde do Homem

Os homens têm optado cada vez mais pela vasectomia como método contraceptivo, afirma médico urologista

Segundo o médico urologista, muitos pacientes ficam preocupados com o processo pós-operatório, imaginando que o procedimento pode interferir na relação sexual.

07/04/2024 às 07h03, Por Gabriel Gonçalves

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Procedimento de Vasectomia
Foto: Divulgação/Prefeitura de Quissamã

Muitas pessoas ainda se questionam em saber o que significa a palavra ‘vasectomia’ e quais são os seus benefícios.

Também conhecida como deferentectomia, a vasectomia é um procedimento cirúrgico que impede o homem de ter filho. A cirurgia interrompe a circulação dos espermatozoides produzidos pelos testículos e conduzidos para os canais que desembocam na uretra, impedindo a gravidez.

De acordo com o Ministério da Saúde, o médico aplica uma anestesia local e retira um fragmento de cada um dos dois canais que levam os espermatozoides dos testículos ao pênis.

É um procedimento que pode levar de 15 até 20 minutos e não há necessidade de internação hospitalar, podendo ser realizada no próprio consultório médico.

A reportagem do Acorda Cidade conversou com o médico urologista Eduardo Cerqueira, que destacou outros benefícios do procedimento cirúrgico, adotado por muitos homens.

Médico Urologista
Foto; Paulo José/Acorda Cidade

“A vasectomia é um procedimento que é relativamente simples, um procedimento rápido, de risco baixo, e que o custo não é elevado, então isso tem favorecido realmente os homens a optarem cada vez mais pela vasectomia como um método de contraceptivo, de contracepção definitivo. O planejamento familiar hoje é algo extremamente importante, isso é muito valorizado, as pessoas organizarem, pensarem como é que vai ser suas famílias, O custo de vida está cada vez mais alto, e até implicações legais sobre a questão de filhos, cuidado com filhos, responsabilidade em casos de divórcio, tudo isso tem favorecido com que as pessoas pensem mais e organizem a sua vida”, afirmou.

Segundo o médico urologista, muitos pacientes ficam preocupados com o processo pós-operatório, imaginando que o procedimento pode interferir na relação sexual.

“Muitos homens quando vêm fazer vasectomia, eles até se preocupam se a vasectomia vai influenciar na relação, se vai diminuir potência, se vai interferir em alguma coisa da atividade sexual. O que eu sempre informo aos pacientes é que, na verdade, quando ele faz a vasectomia, muitos homens até tem uma atividade sexual melhor no sentido dele está tranquilo, ele não fica preocupado se aquilo ali vai gerar uma gestação, se pode vir um filho dali e gerar alguma situação que deixe ele desconfortável por qualquer motivo. Então, geralmente os pacientes, após o procedimento, antes eles ficam preocupados, mas após o procedimento eles geralmente ficam muito bem”, explicou.

Ao Acorda Cidade, o médico Eduardo Cerqueira também comentou sobre os ‘tabus’ culturais.

“A questão cultural é bem importante. Realmente muitas pessoas antes tinham uma preocupação grande com relação à vasectomia e até questões religiosas, no sentido de que o sexo foi para reprodução. Hoje, na sociedade atual, essa discussão está praticamente superada. As pessoas têm atividade sexual, é uma coisa importante para uma boa convivência do casal, não só por uma questão familiar, mas para um casal que está bem, um casal que está unido, um casal que está feliz, manter atividade sexual e poder manter uma atividade sexual com liberdade de saber que não vai gerar um filho, que vai gerar uma responsabilidade, que aquela relação ali é só com o objetivo prazeroso, também facilita muito o convívio do casal”, declarou.

Segundo o urologista, o procedimento de vasectomia pode ser realizado pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

Procedimento

De acordo com Eduardo Cerqueira, o paciente é liberado no mesmo dia do procedimento, sem a necessidade de internação, mas desde que o mesmo não realize atividades de esforços.

“A cirurgia é simples, o paciente faz, vai embora no mesmo dia, não precisa ficar internado. O risco do procedimento é um risco extremamente baixo, é um procedimento muito seguro e geralmente o paciente, se tiver um trabalho leve, se não for trabalho de grande esforço, no dia seguinte ele pode até voltar à atividade profissional. Eu sempre recomendo para a atividade mais intensa, por exemplo, uma academia ou fazer um esforço maior, pelo menos uma semana para que o paciente tenha uma cicatrização melhor, mas geralmente pacientes tem uma recuperação muito rápida”, informou.

Existe reversão de vasectomia?

Segundo o médico, sim, mas é um procedimento que deve ser analisado antes de fazer o procedimento, para que não haja arrependimento, principalmente pelo fato do custo ser alto.

“A reversão de vasectomia é um procedimento que a gente também realiza com uma frequência razoável, é um procedimento que ele tem um custo maior do que a vasectomia, porque a reversão exige o uso do microscópio, é um procedimento muito mais delicado, é um procedimento mais demorado, geralmente a anestesia é bem mais potente do que a anestesia necessária pra fazer a vasectomia, então ela tem uma complexidade maior. Além disso, é um procedimento que a gente não consegue garantir ao paciente a reversão, o resultado positivo dele voltar a ter fertilidade. Você faz com toda a técnica, nossos resultados realmente são bons, mas não é 100%, então o paciente que vai fazer a vasectomia, ele realmente, pelo menos naquele momento precisa ter certeza que ele quer fazer com um objetivo definitivo, porque se ele mudar de opinião até tem a reversão, mas a gente não vai conseguir garantir a ele que fazendo a reversão ele vai ter fertilidade novamente”, afirmou.

Ao Acorda Cidade, o médico também chamou a atenção dos jovens que desejam fazer este tipo de procedimento.

“Eu acho que a vasectomia é uma cirurgia que o pessoal tem que pensar bem, é uma cirurgia muito boa para a pessoa que está realmente definida de que vai fazer a vasectomia, ela é uma excelente opção, mas as pessoas têm que pensar bem, a gente teve uma mudança recente na legislação em que agora, os pacientes a partir de 21 anos de idade podem fazer vasectomia e inclusive não há mais a necessidade, a obrigatoriedade, de que o parceiro assine o termo autorizando, então isso democratizou e facilitou bastante a realização do procedimento, mas eu sempre alerto que um jovem de 22 anos, 23 anos, ele está ainda no início da vida. Então as coisas podem mudar bastante, então ele tem que pensar muito bem na decisão que ele está tomando, no passo que ele está decidindo para depois não ver o arrependimento e tentar se reverter e gerar uma situação de mais dificuldade”, concluiu.

Com informações do repórter Paulo José do Acorda Cidade

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