Incontinência urinária pode causar depressão aos homens, afirma médico urologista

A incontinência urinária é a perda involuntária da urina pela uretra, um distúrbio que é mais frequente no sexo feminino, mas que também atinge o sexo masculino, é o que afirma o médico urologista Eduardo Cerqueira.

Em entrevista ao Acorda Cidade, o especialista informou que nestes casos, uma simples gargalhada, pode provocar a saída da urina, não sendo controlada pela pessoa.

“A incontinência é uma patologia que no homem tem um impacto muito importante na sua vida social, porque a incontinência urinária tem um efeito durante todo o dia, então durante todo o dia, ele vai ter perdas urinárias. Pode ser por um esforço, às vezes quando bebe mais líquido, às vezes quando dá uma gargalhada, às vezes por ter vontade de urinar e se não tiver um o banheiro próximo ele se urina, e nesta situação, você vai ter um comprometimento social muito importante, e que vai acabar levando este paciente a apresentar o quadro de depressão”, afirmou.

Segundo o urologista, diante dessas situações, os homens começam a ficar mais em casa, evitando sair para não provocar nenhum tipo de constrangimento.

“Saiu um estudo da Universidade Australiana, dando 43% de depressão nos pacientes que apresentam o quadro de incontinência, justamente por esta questão, pelo fato de ter um impacto muito grande na vida social. Geralmente estes pacientes ficam mais reclusos, eles começam a se reclusar, então se um amigo chama para sair, ele não sai, se chama para ir no bar tomar uma cerveja, ele pensa duas vezes porque se for no bar, ele vai tomar líquido e vai ter vontade de urinar, se ele for praticar um esporte, menos ainda, jogar uma bola, fazer qualquer força, ele vai ficar com medo de ir”, pontuou.

Tratamento

Ao Acorda Cidade, o médico Eduardo Cerqueira explicou que existem formas de tratamentos.

“A incontinência urinária masculina geralmente tem duas causas básicas, que são as mais importantes, as mais frequentes. Tem a hiperplasia prostática benigna, que é o crescimento benigno da próstata, e que quando ela cresce bastante, obstrui muito a saída da urina. O paciente tem dificuldade para eliminar esta urina, ela fica retida na bexiga e quando a bexiga enche demais, aí a pessoa acaba acontecendo o que a gente chama de incontinência paradoxal, quando molha a calça, mas tem tratamentos com medicações e cirurgias, inclusive cirurgias minimamente invasivas, como a RTU de próstata. Outro quadro na área masculina, é decorrente do câncer, como câncer de próstata e câncer de reto”, disse.

A incontinência urinária pode afetar a vida pessoal e a profissional?

De acordo com o urologista, até a relação com a companheira pode ser afetada.

“O fator psicológico mais importante neste quadro de incontinência, é o retratamento social. O paciente começa a diminuir o seu contato social, ele começa a ter uma insegurança, medo do convívio com outras pessoas, medo de se expor a alguma situação que ele possa apresentar estas perdas, e isso tudo leva o paciente a realmente ter este quadro de depressão. O paciente que tem um quadro desse, vai ter uma grande dificuldade para exercer sua profissão, principalmente se for numa profissão que exija que ele se locomova muito, que ele ande ou que ele passe mais tempo em determinada situação, por exemplo o professor, tem que dar uma aula, ele vai ficar em pé ali por um certo tempo. O paciente pode ter perdas na atividade sexual ou até dormindo, então ele vai ter um constrangimento junto à parceira, de estar deitado do lado dela e de repente, está molhado com cheiro de urina, isso tudo vai interferir bastante no relacionamento”, destacou.

Para enfrentar este problema, o médico Eduardo Cerqueira, orienta que o paciente possa buscar um atendimento multidisciplinar.

“Para que este paciente possa evoluir, ele vai precisar buscar um tratamento multidisciplinar, pois isso vai auxiliar no resultado, então é necessário apoio do psicólogo, e assim, este homem se sente mais confiante para conseguir fazer um bom tratamento, além disso, é necessário também um fisioterapeuta, pois vai ajudar nos tratamentos, após um procedimento cirúrgico”, concluiu.

Com informações do repórter Ed Santos do Acorda Cidade

Siga o Acorda Cidade no Google Notícias e receba os principais destaques do dia. Participe também dos nossos grupos no WhatsApp e Telegram