Funcionários terceirizados fazem manifestação em frente à Secretaria de Saúde; Categoria volta a cobrar pagamentos atrasados

Os funcionários terceirizados da área da saúde de Feira de Santana, estiveram na manhã desta quinta-feira (14), em frente à Secretaria Municipal de Saúde, localizada na Avenida João Durval Carneiro, para cobrar o atraso do pagamento do 13º salário referente ao ano de 2022 e 2023.

Cerca de 25 trabalhadores compareceram à unidade para tentar o contato com a secretária atual da pasta, Cristiane Campos, que não estava no local. Um dos funcionários, em entrevista ao Acorda Cidade, destacou que cerca de 500 trabalhadores no total estão sem receber o 13º.

“O que está trazendo insatisfação de todos os funcionários é que a gente quer trabalhar, a gente quer melhorias do nosso trabalho, queremos ser reconhecidos, queremos ser respeitados como funcionários. A segunda parcela do décimo do ano passado ainda não chegou aos nossos bolsos, precisamos de dinheiro para pagar nossas dívidas, nossos compromissos mensais, é um dinheiro que a gente conta no final do ano para fazer pagamentos, quitar dívidas e não chega para o nosso bolso. Esse ano a primeira parcela do décimo também não veio e já era pra estar com a gente e precisamos desse dinheiro, tudo indica que não vamos receber a parcela desse ano também. São três parcelas de décimo sem receber, não sabemos se vamos receber e quando vamos receber. Se esse dinheiro estivesse no bolso do pessoal, estava todo mundo satisfeito, todo mundo tranquilo. Estamos tentando contato com uma secretária de saúde, fazendo nossa parte como funcionários, respeitando tudo e todos, sem tumulto, sem baderna, não queremos prejudicar o governo, não queremos prejudicar a secretária, o que estamos querendo é só o nosso direito reconhecido. Estivemos aqui hoje, não conseguimos falar com a mesma, a gente concordou em ficar mais um pouco pra poder aguardá-la, até agora não chegou. Já tivemos a sinalização de um funcionário do setor para nós retornarmos à tarde, para poder conversar. Não tenho em mente quantos funcionários são, mas são mais de 500 eu acredito”, disse.

Além do atraso do pagamento do décimo terceiro, os servidores terceirizados também estão reivindicando o recebimento de Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS). De acordo com a trabalhadora Adnólia de Jesus Gonçalves, a falta de pagamento do fundo de garantia já se estende há mais de um ano.

“Eu tenho a segunda parcela do décimo de 2022 e a primeira de 2023. O nosso salário é sempre atrasado. FGTS tem mais de um ano que não é creditado. A prefeitura diz que recolhe, mas quando vamos consultar não temos nada. É um jogo de empurra entre empresa e prefeitura e nós só queremos sair daqui com uma solução”, afirmou.

A servidora Érica Sena também desabafou sobre o atraso dos pagamentos. Segundo ela, há um “jogo de empurra” entre prefeitura e empresa.

“Estamos sem receber décimo, colocou o salário pra tapear e estamos com dívidas, dois meses sem pagar nossas contas e quando pagamos, já está vencendo outra. A gente não está aqui pedindo nada a ninguém e nem acusando ninguém, queremos os nossos direitos em dias, saímos 5h da manhã para trabalhar, deixamos nossos filhos em casa e chegamos tarde para passar uma angústia dessa. Antigamente, eu trabalhava em casa de família e não passava essa luta que estou passando. Uma hora dessa já tinha recebido meu décimo e até mesmo adiantamento, mas o pessoal disse que trabalhar em casa de família é humilhação, é trabalho escravo, mas humilhação mesmo é essa que que a gente tá passando. A empresa diz que está esperando o repasse que a responsabilidade da prefeitura é o repasse”, finalizou.

O Acorda Cidade entrou em contato com a Secretaria Municipal de Saúde que enviou o seguinte retorno:

A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) informa que não há débitos com a empresa S3, responsável pelo pagamento dos funcionários, e já notificou a instituição para que os trabalhadores recebam o décimo terceiro.

Em contato com a empresa, a SMS foi comunicada sobre um déficit financeiro devido a uma defasagem dos salários. Tendo conhecimento dessa questão, o setor jurídico está analisando as possibilidades legais para fazer o reajuste.

É válido destacar que somente neste mês, R$ 1.072.758,91 já foram repassados a empresa.

Com informações do repórter Paulo José do Acorda Cidade

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