Feira de Santana

Filha de idoso internado em UTI reclama de atendimento

A filha do idoso diz que não encontra respostas por parte da direção e acredita que há muito descaso por parte da equipe médica.

15/09/2022 às 08h00, Por Laiane Cruz

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HGCA
Foto: Ed Santos/Acorda Cidade

A moradora do bairro Conceição, em Feira de Santana, Alessandra dos Santos Conceição Queiroz denunciou, nesta quarta-feira (14), que há dias tenta conseguir uma resposta do Hospital Geral Clériston Andrade (HGCA), sobre a situação que levou o pai de 65 anos a contrair diversas escaras pelo corpo, perder a fala e até mesmo amputar um dos membros, após dar entrada na unidade por conta de uma queda.  

Segundo Alessandra Conceição, em entrevista ao Acorda Cidade, o pai Antônio Conceição, que reside no bairro Pedra do Descanso, deu entrada na emergência do hospital no dia 5 de maio, depois de sofrer uma queda que fraturou a coluna e formou um coágulo de sangue no paciente.

paciente internado no HGCA
Foto: Arquivo Pessoal

Ela informou que o pai ficou internado aguardando por uma cirurgia, que seria realizada dentro de 15 dias. Nesse período contraiu uma escara que se tornou profunda e difícil de tratar.

“Aqui ele ficou aguardando para ver a extensão do coágulo e se iria passar realmente por essa cirurgia ou se iria fazer uma drenagem, mas até então não tivemos resposta. Além disso, por ele estar há muito tempo acamado pegou uma escara e teve uma infecção”, explicou.

Após passar um período internado, o paciente recebeu alta e ficou sendo acompanhado em casa para tratar a ferida.

paciente internado no HGCA 2
Foto: Arquivo Pessoal

“Depois procuramos o acompanhamento para tratar essa escara, que não estava tendo resposta. A gente bateu em diversas portas para resolver a situação dessa escara, porque a cada dia estava ficando profunda e chegou a ficar com 12 centímetros, no grau 4, é um ferimento que ficou muito profundo pelo descaso que estava acontecendo. Ele ficava só em uma posição, e a gente da família não podia acompanhar ele no setor que ele estava, que foi a sala vermelha, a UTI e também a sala de estabilização. Ele recebeu alta através do internamento domiciliar, onde estava sendo acompanhada essa escara, com atendimento de fisioterapia, pelo programa Qualivida”, relatou a filha.

Alessandra Conceição contou que o pai precisou retornar ao hospital devido à pressão baixa, com isso, novamente ficou internado e contraiu novos problemas de saúde.

“Desse dia em diante, ele já ficou na sala vermelha, e a gente também não podia ter acesso, a gente vinha apenas para buscar o boletim, e segundo o hospital ele ia precisar fazer uma cirurgia de urgência, pois uma das pernas já estava com gangrena. Dentro de 7 dias que retornou para cá, conseguiu pegar três novas escaras, abertas e infeccionadas, o pênis ficou todo ferido e infeccionado, e a escara que estava sendo acompanhada pelo núcleo de feridas do Qualivida, abriu novamente. Numa sexta-feira à noite,  a assistente social entrou em contato com a família pedindo autorização para o hospital fazer uma amputação de uma das pernas, que a gente vinha reclamando no momento que ele estava internado que ele sentia bastante dor e o hospital dizendo que não. Eu estava em cima perguntando para o hospital porque meu pai sentia bastante dor no pé da barriga e eles diziam que era normal”, explicou.

A filha do idoso busca saber porque o pai chegou a esta situação, porém, segundo ela, não encontra respostas por parte da direção e acredita que há muito descaso por parte da equipe médica.

“A gente está querendo uma resposta porque dentro de 7 dias que ele retornou surgiram novas escaras, já fez a amputação de uma perna, meu pai está sem falar, em estado de desnutrição, debilitado, e o hospital não quer dar um boletim para a gente da situação que o levou a ficar nesse estado. A gente vem pedindo respostas e eles estão se negando a dar. Procurei o diretor geral daqui e ele me pediu para aguardar, que me daria um retorno de acordo com o prontuário. Só que todas as tardes a família está aqui pedindo respostas e o hospital se recusa a dar. Meu pai está na UTI e entubado, e a gente não sabe por que uma queda o levou a esse estado. O hospital tem como obrigação dar para a gente um retorno. Ele entrou por conta de uma queda e está nesse estado lamentável. Isso é descaso que está acontecendo nesse hospital, e a gente quer uma resposta, como família”, desabafou.

Foto: Ed Santos/Acorda Cidade

Em resposta às declarações, o diretor médico do HGCA, Karlos Figueiredo, afirmou que o hospital sempre busca fornecer relatórios dos pacientes internados aos seus familiares.

“Nós temos a rotina de boletim diário, através de conversas com familiares dos pacientes, onde esclarecemos as dúvidas sobre o plano terapêutico, equipe médica e diversos outros pontos que ela elencou, que não tem como eu esclarecer separadamente porque posso estar entrando na privacidade do paciente e de forma legal não é permitido eu publicizar. O hospital sempre se mantém parceiro dos familiares durante o tratamento dos pacientes. Deixei isso claro quando ela esteve comigo e expliquei sobre o que houve com o pai dela, desde o primeiro internamento, quando ele teve o trauma, ficou acamado e teve algumas complicações durante o internamento domiciliar, como ela mesmo colocou, retornando para a unidade. Ele já retornou para a unidade com um quadro um pouco mais grave e a gente vem fazendo de tudo para poder cuidar desse paciente, para que ele restabeleça a sua saúde e retorne ao seu lar”, declarou o diretor.

Segundo ele, os profissionais do HGCA se dedicam diariamente ao seu trabalho com muito amor para cuidar da saúde das pessoas e fazem campanhas de humanização, cuidado e atenção.

“Então esse trabalho é contínuo, principalmente com transparência e acolhimento das famílias. Em nenhum momento o hospital se recusa a fornecer relatórios, nós temos a rotina de fornecer relatórios de pacientes, quando familiares precisam dar entrada no INSS, precisam de uma prova de vida, isso é uma rotina da unidade”, concluiu.

Com informações do repórter Ed Santos do Acorda Cidade.  

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  1. Meu pai ficou internado na upa de cleriston 15 dias aguardando uma regulação sendo que o mesmo entrou conversando o quadro foi se agravando foi pra a sala vermelha onde não fica acompanhante e os médicos dizendo que ele estava ótimo quando agente ia pegar o boletim quando foi no dia 6 de setembro minha irmã foi pegar o boletim o médico disse que ele tinha falecido até o motivo do óbito não foi identificado é um descaso total pedimos ajuda a vários políticos e nao tivemos ajuda e nosso pai faleceu !

  2. Meu Pai, Antonio Carlos dos Santos, na UTI a 3 semanas, com uma bactéria, já tomou vários antibióticos, mas informam que essas bactérias são muito resistentes, agora precisa fazer um ECO, esse exame só vai fazer daqui a seis dias, estão suspeitando de uma Nova bactéria, mas ainda não se sabe qual, é preciso mais agilidade nesse processo de exames e diagnósticos!

  3. Meu Pai tem 2 meses internado tbm no Clériston, foi para tratar um AVC, recebeu alta, foi pra casa, começou apresentar um quadro febril, pressão baixa precisou voltar, diagnosticado com uma bactéria hospitalar, já tomou vários antibióticos e continua com essa bactéctia. Muito Difícil essa Situação!

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